Sociedade
Caso NileDutch: trabalhadores contestam novo concurso de admissão
Alguns trabalhadores da NileDutch Angola, empresa de transporte de contentores e carga fraccionada, que opera há 30 anos no país, enfrentam o risco de perderem os seus empregos. Aqueles que permanecerem seriam obrigados a participar de um novo concurso de admissão, passando a ser tratados como “mão-de-obra barata”, de acordo com um dos trabalhadores que preferiram manter anonimato.
O novo concurso seria realizado, supostamente, com o objectivo de reduzir as condições laborais dos funcionários pela Hapag-Lloyd Angola, sociedade criada pela Hapag-Lloyd, empresa que adquiriu recentemente a NileDutch Angola.
O funcionário da NileDutch há mais de dez anos, que cedeu a entrevista à Rádio Correio da Kianda, culpa a empresa de coagir os trabalhadores a assinar o fim de contrato, entre outras práticas que violam a legislação laboral. O mesmo apresentou as condições atuais a que os trabalhadores da empresa estão sujeitos.
“Há seis meses tivemos uma reunião com o director da nossa área e foi acordado que, no dia 31 de Dezembro 2024 seria o dia em que todos haviam, em princípio, sessar funções, e eles haviam de criar na nova entidade, concursos para quem quisesse fazer parte. Ora, isto já contraria aquilo que estava acertado e disposto na altura da aquisição da empresa”, explicou.
Segundo o mesmo funcionário, os trabalhadores da NileDutch acreditam que a situação que enfrentam resulta de um ato de má-fé por parte dos gestores da empresa, além da desconformidade com a Lei Geral do Trabalho.
“A proposta da empresa definitivamente não satisfazia de modo algum aquilo que era a nossa pretensão. Enquanto trabalhadores instruímos o nosso advogado que apresentasse uma contraproposta de modos a podermos negociar. Por conseguinte, até hoje, de má-fé, não temos uma resposta da entidade patronal”, acrescentou.
A Rádio Correio da Kianda tentou contactar a direcção da NileDutch Angola para obter um possível esclarecimento sobre o assunto, mas não obteve sucesso.