Politica
Caso 900 milhões: Carlos de São Vicente queixa-se de “campanha difamatória”
O empresário Carlos Manuel de São Vicente, ex-PCA da extinta AAA Seguros, esclareceu que a sentença tornada pública sobre o “Caso 900 milhões de dólares na Suíça” é uma decisão do Tribunal de Recurso de Genebra, na sequência de um pedido para levantar a apreensão provisória das contas bancárias do empresário.
Carlos Manuel de São Vicente considera que a actual “campanha” na imprensa contra si foi impulsionada por um “pequeno blogue jurídico suíço que revelou informações enganosas e, até, falsas.” No documento, São Vicente afirmou que as transferências dos prémios de seguro e resseguro da AAA Seguros foram feitas com respeito total das regras de “compliance” e da lei aplicável nos respectivos países.
“Os montantes dos prémios de seguro e resseguro são proporcionais à dimensão dos riscos e activos segurados, o histórico das perdas e reclamação dos respectivos riscos e activos e o contexto predominante do mercado de resseguro”, lê-se na declaração do empresário, que esclarece que em nenhum momento os prémios de seguro e resseguro vieram de fundos públicos.
Carlos Manuel de São Vicente considera “abusivas e desrespeitosas à memória de Agostinho Neto, que foi um Chefe de Estado de honra” a ligação que se faz entre a sua actividade pessoal e comercial e a figura do Fundador da Nação, falecido há 41 anos.
O empresário São Vicente está detido desde ontem na cadeia de Viana suspeito de crimes de peculato e branqueamento de capitais.
A declaração foi escrita dirigida aos órgãos de comunicação social suíços, a que o Jornal de Angola teve acesso por via da sua advogada Clara Poglia.
Contactado pelo Jornal de Angola, a assistente de Comunicação e Relações Públicas do Ministério Público suíço, Virgine Castelli, confirmou que “o procedimento judicial está actualmente em curso, pelo que não pode ser feito qualquer comentário.”
Os 900 milhões de dólares permaneceram retidos por mais de um ano, período durante o qual Carlos Manuel de São Vicente foi ouvido uma vez em audiência. No recurso à Câmara Penal de Recurso do Tribunal Judicial da República e Cantão de Genebra da Confederação Suíça contra a decisão do Ministério Público de Genebra de congelamento das contas bancárias, Carlos Manuel de São Vicente viu rejeitado o seu pedido.