Sociedade
Casamentos prematuros contribuem para aumento do número de gravidez na adolescência no Moxico
Mais de 17 mil casos de gravidez precoce foram registados nos últimos dois anos na província do Moxico em adolescentes dos 14 aos 15 anos.
Os dados foram avançados pela directora do Gabinete da Acção Social, Família e Igualdade do Gênero, Yolanda Matondo, que apontou o casamento prematuro como uma das principais causas do fenómeno.
Do ano 2022 até ao primeiro semestre de 2024 foram registados um total de 17 534 casos de gravidez precoce a nível do Moxico. A província sede lidera a lista, com mais de 10 mil casos, seguindo o município do Luau com 2.542 casos.
A titular da pasta afirmou que tem se aumentado o número de casamentos prematuros naquela província, como resultado, está o elevado número de gravidez na adolescência.
“O casamento precoce na província do Moxico é uma realidade, temos nos deparado com muitas situações em que adolescentes de 14, 15 anos já estão grávidas, isso é uma realidade a nível da nossa província”, afirmou.
O casamento infantil tem uma ligação com a gravidez precoce. Em zonas longínquas, vários são os aumentos dos casos, “muitos destes casamentos infantis, são motivados pelos progenitores, como resultado da fuga a paternidade”, lamentou.
Yolanda disse que as adolescentes muitas vezes são orientadas a casar com pessoas sexualmente experientes, o que contribui também no aumento do VIH/SIDA e também a violência doméstica.
“Muitas adolescentes são engravidadas por pessoas que já tem os seus relacionamentos, como resultado está a fuga a paternidade e transmissão do VIH”, salientou.
Nas sedes municipais, que configuram a província, os casamentos prematuros também têm sido uma realidade, “colocando em causa a dignidade, a oportunidade de escolha por parte da rapariga”, assegurou.
Entretanto, aconselhou os pais e a sociedade a melhorarem o diálogo da sexualidade com os menores para erradicação do fenômeno.
Por Laurinda Lituai