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CASA-CE “mostra-se firme” e nega saída de partidos na coligação

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O vice-Presidente da Coligação CASA-CE, Alexandre Sebastião André, disse que até o momento a única força política que se desvinculou da coligação é o Bloco Democrático, tendo avançado que o PDP-ANA e PNSA “deram um passo imprudente” ao assinar o memorando com o projecto político Movimento de Unidade Nacional (MUN).

No final de Fevereiro, os partidos PNSA e o PDP-ANA, ambos órgãos coligados na CASA-CE, deram um sinal de que pode ser entendido como o bater com a porta a Convergência, e formaram uma nova aliança política com o MUN.

Entretanto, Alexandre Sebastião André minimizou a situação e disse que o que ocorreu “foi um lapso de procedimento que ambos partidos tiveram e está identificado e vai se poder corrigir”.

“Nós, CASA-CE temos as portas abertas para todos e vamos ver se apanhamos essa força embrionária que pretende encontrar soluções para que combinemos nossas sinergias para que no futuro possamos ser apenas uma força”, avançou.

O político Alexandre Sebastião André descartou também qualquer possibilidade de divórcio com as duas forças políticas PDP-ANA e PNSA.

“Os dois partidos não abandonaram a CASA-CE”, disse, entretanto, ressaltou reconhecer que “esses partidos deram um passo um pouco imprudente”.

Em 2012, Abel Chivukuvuku anunciou a concepção da CASA-CE, uma coligação então composta por quatro partidos, nomeadamente, o APALMA, PNSA, PADDA-AP e PPA, mas liderada por si e seus seguidores com os quais abandonou a UNITA.

A Convergência transformara-se numa verdadeira terceira via política, uma alternativa viável ao MPLA e a UNITA, partidos responsáveis pela independência do país, democratização, mas também de todos os males que assombram os angolanos.

Como resultado das eleições de 2017, a Coligação chegou a ocupar 16 dos 220 assentos da Assembleia Nacional.

Em 2016, no seu primeiro congresso electivo, em que Abel Chivukuvuku venceu a Carlos Pinho e João Kalupeteka, com 91,6% dos votos, os delegados ao congresso haviam decidido em documento enviado ao Tribunal Constitucional, transformar a CASA-CE em partido político, mas pouco depois ficou-se a saber, através daquela entidade judicial, que três dos partidos fundadores, nomeadamente: o PADDA, de Alexandre Sebastião André; o PNSA, de Sikonda Lulendo; e o PPA, de Felé António; enviaram cartas ao TC requerendo a nulidade da pretensão. O tribunal respondeu-lhes favorável.

Iniciava assim o fim da CASA-CE. De título de presidente, Abel Chivukuvuku, por definição do TC, passou a coordenador. A seguir, foi afastado da liderança por alegada “perda de confiança”.

Em sua substituição foi colocado o almirante André Mendes de Carvalho ‘Miau’, que mais tarde, igualmente por desentendimento, foi substituído por Manuel Fernandes, presidente do partido PALMA. E já sob liderança do economista, a CASA-CE perdeu todos os 16 deputados como resultado das eleições de 2022.

A perda dos assentos parlamentares significou, em cumprimento da Lei do Financiamento dos Partidos Políticos e Lei Orgânica sobre as Eleições Gerais, a perda do financiamento do Estado através do OGE.

Com a presente realidade, a coligação viu-se forçada a ter de optar por austeridade económica, abandonou o edifício sede em que estava na condição de inquilino, reduziu quase em 100% o número de trabalhadores dos órgãos directivos, e remeteu para os partidos que a compõem a responsabilidade de mobilizar para a coligação, uma situação inversa à realidade da era Chivukuvuku.

Por Queirós Chiluvia e Zacarias Fonganito 




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