Politica
CASA-CE dividida quanto continuidade ou transformação da coligação em partido político
O presidente da Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE) disse no sábado, em Luanda, que a continuidade ou a transformação da coligação em partido político, vai depender das forças que o integram.
Manuel Fernandes, falando à margem da Reunião Nacional de Quadros, destacou que há uma maioria favorável à manutenção da coligação, mas também há vozes que defendem novas formas de participação política.
O político afirmou que agora precisa-se de um debate aprofundado para avaliar o cenário actual e decidir os próximos passos. O líder da CASA-CE defendeu que os partidos membros devem fortalecer-se, individualmente, para garantir presença activa no cenário político, sublinhando que uma “uma coligação não é apenas uma junção de siglas, mas a conjugação de esforços e energia das forças políticas”.
O Presidente do Partido Pacífico Angolano, Felé António, assegurou que o assunto vai agora ser remetido ao comité central do partido para analisar que posição deve a formação política tomar sobre a continuidade ou transformação da coligação em partido político.
Independentemente do futuro da coligação, Manuel Fernandes garantiu que o seu partido, Palma-Nova Angola estará nas eleições de 2027, seja dentro da CASA-CE ou de forma independente.
Sobre o tema, o cientista político Eurico Gonçalves acredita ser favorável política e estrategicamente para a CASA-CE manter-se como coligação, pelo que defende ser necessário a intensificação da sua liderança política no interesse do sistema democrático do país e um investimento no intercâmbio com amigos e simpatizantes.
O politólogo Agostinho Sicato entende que face aos novos desafios políticos em Angola, a coligação está numa situação em que se deve definir, justificando que os objectivos que levaram a sua criação em 2012 já não são os mesmos pela forma forçada em que o seu líder Abel Chivukuvuku abandonou a coligação.
O politólogo defende por isso uma maior restruturação e transformação do novo formato, que deve definir as suas estratégias tendo em conta o actual espaço político dominado maioritariamente pelo MPLA e a UNITA.
Agostinho Sicato apontou que as crises internas no seio da CASA-CE, a partir de 2018, levou a que se tornasse numa força política inactiva. Por isso, o especialista apontou a redefinição das estratégias, caso queira avançar com um novo formato em forma de partido político.