Sociedade
Candidatos com maior idade estão a ser excluídos nos exames do ensino médio técnico, denuncia MEA
O Presidente do Movimento dos Estudantes Angolanos (MEA), Francisco Teixeira, denunciou nesta segunda-feira, 12, a exclusão das provas de acesso ao ensino médio técnico profissional, dos candidatos com idade superior aos 18 anos.
Esta segunda-feira foi o dia dos exames de acesso aos cursos técnicos profissionais em vários institutos públicos, que volta a ser implementado neste subsistema de ensino em Angola, depois de as inscrições terem sido feitas em ambiente virtual.
Segundo Francisco Teixeira, a medida de exclusão de candidatos de maior idade, foi anunciada nesta segunda-feira, pelas direcções das instituições, com a justificação de exiguidade de vagas, para atender a demanda da procura, havendo escolas que registaram ate 15 mil inscritos, quando a sua capacidade é de até dois mil alunos.
“Este protesto as escolas só encontraram depois de os estudantes terem feito o pagamento do Rup, o que nós achamos ser um roubo”, disse.
Acrescentou ainda, citando como o exemplo, o Instituto Médio de Telecomunicações (ITEL), que ao longo da semana finda, que antecedeu ao exame, nenhuma informação foi passada, e “hoje os candidatos apareceram para fazer os testes, e as direcções alegam que só podem fazer testes os estudantes dos 15 aos 17 anos. Os de 18, 19 anos não podem fazer testes porque vão priorizar os mais novos”.
Lembrar que recentemente, o Secretário de Estado do Ensino Secundário, Gildo Matias José, disse, em Conferência de Imprensa, no Centro de Imprensa Aníbal de Mello, que o acesso ao ensino técnico profissional é reservado, prioritariamente aos jovens de maior idade, ao passo que para os mais novos, a orientação e que devem frequentar os cursos dos Liceus (ex Puniv), que os habilita a aceder ao ensino superior.
O objectivo, explicou Gildo Matias José, é fazer com as pessoas que frequentem os cursos técnicos entrem de imediato para o mercado de trabalho.
Segundo o governante, essa é uma prática mundial, havendo países, como Portugal, em que os cidadãos com formação média técnica profissional ficam vetados o acesso ao ensino superior nos primeiros cinco anos de depois de concluir o ensino médio.