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Opinião

O cancro na vida do país

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Por: Victor Hugo Mendes

O nosso estado social é como sabemos, um caso preocupante a ter em conta, quando se discutem várias outras situações.

Angola, apesar do esforço que empreende, continua a figurar como um dos países, em que a saúde está muito longe dos níveis aceitáveis como defende a Organização Mundial da Saúde, e isso, repercute-se na esperança de vida do povo.

O número de vitimas mortais nos hospitais do país, quer pela baixa qualidade de meios materiais e de infraestruturas, a falta de um pessoal altamente qualificado transversalmente, é apontado como sendo dos mais altos na região austral do continente.

Seja qual for o partido vencedor destas e de todas outras eleições, seja quem for o Presidente da República, tendo ou não milhões de forma pecuniária ou em recursos naturais, senão se fizer um colossal investimento no sector social e no Capital humano nacional principalmente, de nada nos valerá dançar Kizomba na esquina da vizinha se na clinica milhares de gente inocente e sem meios perdem a vida por falta de uma agulha.

Sempre vale refletir. A palavra convence, e o exemplo arrasta. Em 2012, perdi o pai e um irmão vitimas de cancro. E porque prevenir é melhor que remediar, nesta terça feira 29 de Agosto, estive no Centro Nacional de Oncologia, para fazer um rastreio.

Os médicos recomendam que quem tem um histórico familiar ou não necessariamente, que faça uma consulta de rotina de quando em vez, e assim foi.

Nessa visita ao único hospital que em Angola é especializado para tratar doentes com cancro, o que constatei foi de levar as mãos à cabeça.

Crianças, jovens, adultos, homens, mulheres e idosos, gente de todo lado e do país inteiro estão a receber tratamento de uma doença silenciosa e muito perigosa.

Mais de oitenta novos casos de cancro são detectados por mês, no Instituto Nacional de Controlo do Cancro. Os motivos são diversos.

Um estilo de vida pouco saudável, tais como a alimentação desequilibrada, falta de exercício físico, tabagismo, consumo exagerado de álcool e algumas infecções crónicas, aliadas ao stress, contribuem para o aumento das probabilidades de se desenvolver cancro.

Os médicos em Angola, defendem a necessidade da criação de um sistema nacional de saúde virado à área de prevenção contra o cancro, no sentido de se fazer um diagnóstico precoce e aumentar a probabilidade da cura que se consegue por meio de uma cirurgia.

O Sistema Nacional de Saúde com o apoio dos seus parceiros possibilita o tratamento gratuito de todos os doentes de cancro. É importante que os trabalhos de consciencialização das pessoas sobre os riscos da doença sejam mais fortes.

A OMS estima que até 2030, pode ser esperado 27 milhões de casos incidentes de cancro, 17 milhões de mortes pela doença e 75 milhões de pessoas vivas, anualmente, com cancro. O maior efeito deste aumento vai ser em países de baixa e média renda e nós figuramos desta lista.

Todos os anos 8,8 milhões de pessoas em todo o mundo morrem de cancro.

Sempre vale falar do que incomoda e mete medo.

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