Sociedade
Camponesa encontra corpo da ex-rival procurada há três anos na lavra comprada pelo marido
Uma camponesa, na comuna do Lépi, município de Longonjo, pertencente a província do Huambo, encontrou o corpo da ex-rival, dada como desaparecida há três anos, quando cultivava a terra na lavra comprada pelo ex-esposo.
O corpo é de uma cidadã, que em vida completaria 55 anos de idade, assassinada e enterrada pelo esposo, que responde pelo nome de António Valeta, já detido pela Polícia Nacional do Huambo. Para encobrir o assassinato, António convencia a família da vítima e aos vizinhos que ela estava desaparecida e que tinha sumido com 18 mil kwanzas que o pertenciam.
“Essa é mesmo nossa lavra, tínhamos comprado. Ele vendeu a sua parte e essa outra deixou para mim. Depois de matar a outra enterrou-lhe aqui neste terreno, foi quando me disse: ‘Ana agora vai só trabalhar’. Não sabíamos que enterraram lá pessoa. Foi mesmo assim como estou a cavar a terra, quando vi que havia capim com raízes muito fundas na lavra, pensei em virar a terra e foi quando bati no crânio da falecida com enxada. Desde que isso aconteceu não consigo dormir”, começou por esclarecer Ana Cassinda, ex-esposa de António Valeta, que descreve como um homem muito violento.
“Ele também foi meu marido. Depois de algum tempo de convivência entendeu arranjar a outra. Eu preferi separa-me dele e deixei-lhes bem. Como ele já é malandro deste há muito tempo, bate muito e para bater é com catana. Eu vi e pensei, já que ele é muito mau, separei-me”, continuou.
Depois de ser preso, António confessou o crime e explicou a Polícia como fez para esconder o corpo e enterrar na lavra da família.
“Tirei o mosqueteiro, estendi, peguei nela coloquei-lhe bem e depois tirei a capa e tapei. Batia um pouco nela”, confessou.
Mas, há três anos, à irmã da vítima, António Valeta explicou que ela se encontrava algures em Benguela e incomunicável.
“O tio Valeta disse que a vossa mana foi a Benguela. Mas foi com meu 18 mil kwanzas. Eu não estava aceitar que estava em Benguela, mas como ele é que está a dizer eu, por ser criança, aceitei”, disse a irmã da vítima.
Neste crime, de acordo com o novo Código Penal angolano, no Artigo 150, António pode cumprir uma pena de prisão de 20 a 25 anos.
Por Pedro Kididi