Educação Financeira
Campanha Eleitoral de 2022 e para o futuro
Escrevo mais um artigo de educação financeira, o artigo 57 da semana consecutiva 57. Há mais de um ano que me dedico semanalmente à elaboração de artigos para ajudar o meu povo angolano a melhorar e a aumentar o seu Conhecimento e Conhecimento é Poder.
Esta semana é sobre um tema impactante para a República de Angola. Desde ontem começou formalmente a campanha eleitoral para as Eleições Gerais (legislativas e presidenciais) 2022, a realizarem-se a 24 de Agosto, numa Quarta-feira.
A campanha eleitoral termina às 23 horas e 59 minutos do dia 22 de Agosto. O dia 23 de Agosto é o Dia para a Reflexão.
E como se liga o tema da campanha eleitoral deste pleito e outros no futuro com a educação financeira?
Resposta: Tudo o que fazemos é economia e é aqui que entra a educação financeira, mas de seguida vou explicar como.
Eleições, campanha eleitoral exige aos partidos políticos algumas obrigações como organizações não lucrativas e isentas de pagamento de Imposto Industrial (imposto sobre os lucros tributáveis) e que envolvem aplicar bons princípios financeiros:
1- elaborar orçamentos financeiros e operacionais para que as campanhas usem os meios humanos, técnicos e financeiros em quantidade e qualidade suficientes para levar a «bom porto» a campanha até ao seu final e que permitam atingir os resultados de cada partido;
2- escolher os fornecedores de material de publicidade, marketing e merchandising, ao nível de preços, de crédito, formas de pagamento, entrega dos materiais e que passam facturas de acordo com o Decreto Presidencial n.º 292/18, de 3 de Dezembro (Regime Jurídico de Facturas e Documentos Equivalentes). Às entidades que doam valores e bens para os partidos, estes saibam contabilizar e usar para os fins a que se destinam e os mencionem à parte na prestação de contas – ponto abaixo;
3- E entre outras mais obrigações, a prestação de contas no final, em jornais de grande distribuição: “Jornal de Angola”, “O País”, nos seus sites e para vários órgãos públicos como o Ministério das Finanças.
As pessoas e é sempre para estas para quem escrevo: pessoas individuais, famílias em geral, têm também contribuição na campanha, ou como doares, mas 99% dos casos como beneficiadoras das campanhas através da comida, bebida, concertos, transportes gratuitos que os partidos promovem. Contudo, a racionalidade deve estar presente nas pessoas. Apoiar o seu partido ou do que é simpatizante é também um papel de cidadania, mas tenha atenção a não levar pertences caros, como telefones, tablets, mascotes (pulseiras), fios de ouro para estas grandes aglomerações e poder ter surpresas desagradáveis.
Além disso, se vai de carro particular, procure partilhar, pelo menos o custo do combustível do carro. A vida custa a todos e partilhar o amor pelo partido político, também passa pela partilha de despesas.
Comprar camisas do seu partido do “muxima” (coração) pode ser uma grande despesa. Normalmente, as camisas dos partidos não custam menos de 20.000 Kz (+- 50 USD). Precisa mesmo de comprar algo que lhe pode dar um «rombo» no seu orçamento, só por que o seu vizinho ou colega tem uma? – Não me parece que seja muito racional.
Tendencialmente ande com alguns Kwanzas na carteira/no bolso e um cartão Multicaixa com pouco valor na conta, mas que lhe permita pagar alguma despesa que necessite.
Campanha eleitoral será sempre um momento de debate, discussão política que se quer com bom senso, com respeito pela diferença (tolerância política), enfim, com civismo político e tal passa por informar-se mais sobre os Programas Eleitorais. Por exemplo, esta sensatez passa por evitar as embriaguezes (bebedeiras de «caixão à cova») é um estado que se deve evitar nesta época com os nervos à «flor da pele». Beber e pagar rodadas aos amigos e pelo meio discutir sobre o partido “A” ou “B”, pode ter consequências financeiras e de outras naturezas, que no futuro poderá ser de má memória.
Participe na festa da Democracia sem se endividar e mantendo a sua posição social.
As eleições são sempre um dia, então se vivermos 70 anos, viveremos quase 26.000 dias, então, é bom que saibamos viver e saber viver, pois a festa é de 5 em 5 anos.
Boa Campanha Eleitoral!