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Editorial

Caminhos para a pacificação do Leste da RDC

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Aprovado na capital angolana, a 06 de Julho de 2022, durante a Cimeira Tripartida da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL), entre Angola, a República Democrática do Congo e o Ruanda, o Roteiro de Luanda é o documento que aponta os caminhos para a pacificação do Leste da RDC.

Entre os vários pontos constantes neste documento, assinado pelos Presidentes Paul Kagame, Félix Tshisekedi e João Lourenço, na qualidade de presidente em exercício da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos e mandatário da União Africana, destacam-se a instauração de um clima de confiança entre os Estados da Região dos Grandes Lagos, a criação de condições ideais de diálogo e concertação política, com vista à resolução da crise de segurança no Leste da RDC, a normalização das relações políticas e diplomáticas entre a RDC e o Ruanda, assim como a cessação imediata das hostilidades.

Tendo em conta os objectivos para os quais foi criado, podemos afirmar que o Roteiro de Luanda tem obtido sucesso, na medida que tem conseguido travar um enfrentamento directo entre a RDC e o Ruanda.

Ganham os dois países, mas ganha também Angola. Conflitos entre vizinhos sempre trazem impactos negativos, dentre eles, aumento do número de deslocados, como por exemplo, o Sudão do Sul, que somente nas últimas semanas recebeu mais de 80 mil refugiados de estados do sudeste do Sudão.

Luanda avança na área diplomática, mas a questão na República Democrática do Congo não é tão simples. Dados da Organização das Nações Unidas apontam que mais de 120 grupos armados actuam na RDC, incluindo o M23, activo no Leste.

Estima-se que os conflitos naquela região tenham causado mais de 1,7 milhão de deslocados somente na província do Kivu Norte. Em todo o país, mais de sete milhões de congoleses foram obrigados a deixar as suas casas devido a confrontos.

Até o momento, Kigali não assumiu publicamente financiamento a algum desses grupos, embora documentos mostram o contrário. Mais recentemente, o Presidente Paul Kagame, que deveria estar em Luanda para reunir com seu homólogo, Félix Tshisekedi, manifestou uma preocupação: o crescimento da acção de grupos armados nos 579 quilómetros de fronteira que divide os dois países.

Na matéria destaque de hoje trazemos uma breve reflexão sobre o assunto: “E se a SADC deixar de lado Kagame – e cortar linhas de rearmamento e financiamento do M23?”. A resposta sabemos que não é simples, mas pode ser um caminho.

Boa leitura!

RDC: E se a SADC deixar de lado Kagame e cortar linhas de rearmamento e financiamento do M23?

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