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Cafunfo: João Lourenço quebra silêncio condena rebelião armada, lamenta mortes e aguarda conclusão de inquérito

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Depois de quase um mês, dos últimos acontecimentos de 30 de Janeiro, na Vila de Cafunfo, na Lunda Norte, onde houve seis mortes e vários feridos e detidos, segundo os dados oficiais, o chefe de Estado angolano, João Manuel Gonçalves Lourenço, falou pela primeira vez, sobre o caso, manifestando-se preocupado, com a situação naquela região do país, tendo considerado a intenção dos manifestantes como “um acto de rebelião armada”.

“O país foi surpreendido, na madrugada do passado dia 30 de Janeiro com um acto de rebelião armada na vila de Cafunfo, na Lunda Norte, protagonizado por um grupo de cidadãos nacionais e estrangeiros que atacaram, com armas de diferentes tipos, uma esquadra policial”, disse na sua intervenção, na abertura da segunda sessão ordinária do Conselho de Ministros, que decorre desde a manhã desta terça-feira, 02, em Luanda.

O Presidente da República explicou que as seis mortes dos “cidadãos insurgentes” e alguns feridos, que foram prontamente assistidos nas diferentes unidades hospitalares da província, foi a reacção das forças policiais.

“Lamentamos, contudo, a perda de vidas humanas, 19 anos depois do calar definitivo das armas no país e do restabelecimento da paz e da reconciliação nacional entre os angolanos”.

João Lourenço condenou todo e qualquer prática que visa atentar contra a segurança e divisão do território nacional. “Condenamos energicamente esta acção e desencorajamos a prática de todos aqueles actos que atentam contra a segurança e a soberania nacional, contra a Constituição e a lei, como a tentativa de divisão e desmembramento do território nacional”.

Como estabelece o número 6 do artigo 5° da Constituição, “o território angolano é indivisível, inviolável e inalienável, sendo energicamente combatida qualquer acção de desmembramento ou de separação de suas parcelas, não podendo ser alienada parte alguma do território nacional ou dos direitos de soberania que sobre ele o Estado exerce”.

O Comandante em Chefe apontou algumas vozes condenatórias e partidos políticos com assento parlamentares a condenarem a actuação da Polícia Nacional. “Como sempre, surgiram vozes que se apressaram a condenar a Polícia Nacional que frustrou a acção criminosa, e não os actores do atentado contra o Estado angolano.

“Para estas pessoas e organizações, criminosa é a Polícia porque, no seu entender, os que à madrugada atacaram com armas a esquadra policial são pacatos cidadãos que realizavam uma simples manifestação, reivindicando por melhores condições de vida. Entre elas, encontramos também partidos políticos com assento parlamentar, cujos deputados juraram cumprir e fazer cumprir a Constituição e a lei, disse.

Para João Lourenço, compete aos órgãos do Estado, os Serviços de Investigação Criminal, a Procuradoria-Geral da República e os Tribunais apurarem toda a verdade dos factos, a responsabilidade de cada um dos participantes, e actuarem nos termos da lei.

O Chefe do Estado tranquilizou a população aguardando pelas conclusões do inquérito em curso e a responsabilização criminal dos agentes da Polícia Nacional que terão praticado actos considerados desumanos, desonrando a farda que envergam. “Condenamos veementemente esse tipo de práticas, que em nada dignificam a corporação”, reforçou.

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