Sociedade
Cacuaco: onda de crimes assusta moradores dos bairros Vidrul e Waco
Na última quarta-feira, 11, um jovem de 25 anos foi brutalmente assassinado no bairro do Waco, conforme havíamos noticiado. Dois dias depois, na sexta-feira, 13, no bairro da Vidrul, mais um jovem foi morto à facada em confrontos de gangues. Na mesma noite, um agente das FAA ficou ferido em uma tentativa de assalto no mesmo bairro.
No sábado e domingo, outros dois jovens foram mortos, no bairro da Vidrul, um por um suposto agente do Serviço de Investigação Criminal (SIC), após uma tentativa frustrada de assalto e esfaqueamento a este agente do Ministério do Interior. O outro foi carbonizado (queimado) pelos populares, depois de um assalto frustrado a uma residência.
A onda de violência que atinge os bairros da Vidrul e Waco, em Cacuaco, há duas semanas não é uma novidade para administração municipal e a polícia local. De acordo com o morador Miguel Chacoma, o medo da violência vai fazendo parte da rotina dos habitantes – na última semana registou-se assaltos, sequestros e mortes nesta região.
Um outro morador disse que depois do surgimento das duas facções criminosas que hoje dominam o bairro Vidrul, identificadas por UTC e UTB, as gangues controlam os quatros territórios (Vidrul, Mutobe, Waco e Bairro Novo) e impedem a livre circulação em algumas destas zonas. “Durante todo esse tempo, eles realizaram assassinatos que muitas vezes são vistos como ‘acertos de contas entre eles’. A maior parte desses crimes nunca foi efectivamente investigada e os culpados devidamente responsabilizados”, contou o morador sem querer ser identificado.
A situação se deteriorou a partir de 2017, após o assassinato de um dos líderes dessas facções.
Só este ano, mais de oito pessoas foram assassinadas, entre elas duas mulheres e seis homens. De acordo com os relatos da população, ouvidas pela nossa reportagem em Cacuaco, a Vidrul hoje é a zona mais perigosa deste município.