Politica
“Cacuaco já não será bastião da oposição em 2027”, afirmam especialistas
“O que aconteceu sábado é demostração de força, face a tomada de assalto de Luanda pela UNITA, sendo a praça de influência do seu principal adversário MPLA, transformando a capital do país como sua zona de influência”.
O politólogo Agostinho Sicato usou as palavras acima para definir o acto de massas realizado pelo MPLA em Luanda, no sábado, 20, em Cacuaco.
Segundo o académico, o impacto do acto aumenta, pois “quem ganha a capital, tem a possibilidade de vencer o país”.
Sicato disse que ganhar Luanda conta muito para a balança política, “fundamentalmente em eleições, e do ponto de vista histórico, não é por acaso que durante anos Luanda foi sempre praça de grande disputa, porque o MPLA sempre tratou de forma diferente a capital angolana, mas, de algum tempo a esta parte, a UNITA também definiu Luanda como ponto de chegada, mesmo antes da paz”.
Foi assim que o “Galo Negro” não só chegou, penetrou e enraizou-se, tendo ultrapassado o seu adversário nas eleições de 2022, daí, essa disputa do MPLA para reconquistar a sua hegemonia com o aproximar das eleições de 2027.
Por seu turno, Crisóstomo Chipilica disse ter tomado boa nota da actuação do membro do Bureau Político do MPLA e primeiro Secretário Provincial do MPLA em Luanda, Luís Nunes, e caracterizou em três pilares.
O primeiro tem a ver com a introdução política eleitoral e o próprio debate público com o futuro das eleições de 2027.
“Cacuaco é um município que apresentava, do ponto de vista de governança, a precariedade de bens e serviços, no que concerne a saúde, o saneamento básico, vias secundárias, escolas e postos de saúde, pelo que Cacuaco era menina pobre dos municípios da cidade capital. Já do ponto de vista eleitoral aquele município, foi sempre bastião da oposição”, disse.
Chipilica defendeu que agora, “estamos num outro contexto e está-se fazer uma outra construção política mais assertiva o que poderá representar Cacuaco nas próximas eleições se continuará bastão da oposição ou o MPLA poderá fazer uma reviravolta”.
Neste sentido, disse que foi o que levou Luís Nunes a escolher Cacuaco como ponto de partida para transmitir a mensagem do ponto de vista eleitoral, e do programa governativo que estão a ser implementados ao nível de Luanda.
“No que concerne a requalificação, abertura das novas vias, iluminação pública e outros serviços afins, que beneficiam as populações”, o que o académico considera de visíveis as melhoras de infraestruturas, das condições sociais em Luanda.
Crisóstomo Chipilica defendeu que o discurso do primeiro Secretário Provincial do MPLA tem muita sustentabilidade, surpreendeu pela positiva, e não esperava um discurso com muita retórica, capacidade discursiva com muita profundidade que vai trazer um debate público. Se Cacuaco ainda continuará a ser bastião da oposição, pelo que disse “acreditar que não”.
Chipilica encarou o discurso de Luís Nunes com muita convicção, e para além de ser uma mensagem político-partidária “foi um discurso de estado, enquanto governante manifestou preocupação e compromisso de querer trabalhar em prol das populações”, disse.