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Burkina Faso nacionaliza minas de ouro em acordo histórico

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Em um marco histórico para a soberania económica do Burkina Faso, o governo anunciou a nacionalização das minas de ouro Wahgnion e Boungou. A decisão, resultado de um acordo com as empresas estrangeiras Endeavour Mining e Lilium Mining, encerra uma longa disputa e marca um novo capítulo na relação do país com seus recursos naturais.

O conflito entre o governo e as empresas teve como ponto central atrasos em pagamentos e divergências sobre a capacidade operacional das minas. Com a nacionalização, Burkina Faso assume o controle directo de um sector estratégico de sua economia, garantindo maior participação nos lucros da exploração do ouro.

A decisão de nacionalizar as minas se insere em um contexto mais amplo de crescente assertividade de países africanos em relação aos seus recursos naturais. Muitas nações do continente têm buscado maior controlo sobre os seus activos estratégicos, buscando romper com um passado de exploração e subordinação económica.

O conflito entre as duas empresas começou quando a Lilium Mining adquiriu os direitos de mineração das minas Wahgnion e Boungou. A Endeavour acusou a Lilium de atrasar em USD 100 milhões em pagamentos devidos, enquanto a Lilium se defendeu acusando a Endeavour de mentir sobre a capacidade operacional e financeira das duas minas.

Com o acordo entre o Burkina Faso e as empresas de mineração, o governo pagará à Endeavour USD 60 milhões e royalties de 3% em até 400 mil onças de ouro produzido na mina de Wahgnion, encerrando, com isso, a disputa legal entre as empresas e nacionalizando as minas de ouro.

Para o governo do Burkina Faso, destaca a imprensa internacional, a nacionalização representa um passo crucial para “fortalecer a economia nacional, reduzir a dependência de ajuda externa e promover o desenvolvimento sustentável”.

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