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BUE vai publicar nomes de devedores do BPC e BCI

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Para concretização desta intenção, o BUE está a encetar contactos com os bancos operadores (BPC e BCI), que concederam crédito as micro e pequenas empresas, para que se apure e se divulgue, trimestralmente, uma lista com nomes dos devedores que até ao momento não liquidaram as suas dívidas.

Esta medida visa, igualmente, catalogar e relatar a situação actual de cada devedor, agrupando os mesmos clientes em três classes: “devedores sem nenhuma prestação paga”, “os pagam ocasional e regularmente” e “aqueles que já liquidaram as suas dívidas”.

Para aqueles devedores que não são funcionários ou servidores públicos e ainda não começaram a fazer o reembolso do financiamento recebido, os dois bancos públicos deverão adoptar mecanismos adequados para resgatar o respectivo dinheiro, segundo o coordenador nacional do BUE, Carlos Lopes.

“Estamos a encetar novos contactos com os dois bancos operadores (BPC e BCI), para que se apure e se divulgue, trimestralmente, a lista dos devedores que não conseguem liquidar as suas dívidas”, reforçou.

Em declarações à Angop, a propósito do actual estado funcional do BUE, a fonte explicou que o facto de muitos beneficiários do micro-crédito serem cidadãos do circuito informal e movediça, por causa da busca de melhores condições de vida, tem dificultado identificar e localizar os indivíduos que receberam dinheiro dos dois bancos públicos.

Apesar desta dificuldade na identificação dos devedores, Carlos Lopes afirmou que o BUE tem feito a catalogação de alguns beneficiários/devedores, para resgatar o dinheiro concedido aos empreendedores.

Segundo o coordenador, o processo de catalogação de alguns beneficiários, que também são funcionários ou servidores públicos, tem surtido efeito positivo, tendo em conta o número de devedores que tem reembolsado o dinheiro recebido.

A título de exemplo, o desempenho dos funcionários da Região Sul (Huíla, Namibe, Cunene e Cuando Cubango) é satisfatório, por terem já liquidado mais de 50% da dívida que têm com o BPC.

Fruto do bom desempenho destes devedores, adiantou, o BUE vai trabalhar no sentido de prestar uma atenção privilegiada e diferenciada nas províncias com melhor prestação no reembolso do financiamento, contemplando os empreendedores com mais créditos nas próximas fases.

Modelo de atribuição do micro-crédito estava desajustado do convencional

De acordo com o responsável, o financiamento concedido aos empreendedores desde 2012, através do BUE, provocou um hiato (lacuna/falha) temporal para o reembolso, que era de dois anos, porque o modelo que era utilizado para o acesso ao micro-crédito estava desajustado do modelo convencional.

“Os mecanismos que eram utilizados pelos bancos operadores para concessão de crédito às micro e pequenas empresas estavam desajustados, porque eram diferentes do modelo convencional, que prima, essencialmente, na apresentação de garantias e outros requisitos para salvaguardar o financiamento”, acrescentou.

Recordou que o aval moral que havia no momento da concessão do crédito, por parte dos bancos e das administrações municipais, está a contribuir negativamente no resgate do dinheiro concedido.

“O BUE já foi confundido como uma instituição financeira/bancária, facto que não corresponde a verdade, porque existe bancos operadores que financiam os empreendedores, designadamente, o BPC e BCI. Havia uma linha de financiamento veiculada pelo então Ministério da Economia, na qual, por via dos bancos operadores, fazia fluir o financiamento”, explicou.

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