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Brasil procura driblar sobretaxas de Trump estreitando laços com países africanos

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Após uma queda no intercâmbio comercial de UDS 10 mil milhões em 2014 para USD 2 mil milhões em 2024, Brasil e Nigéria retomaram esta segunda-feira, 25, a cooperação bilateral e aproximação diplomática, na sequência da visita do chefe de Estado nigeriano, Bola Ahmed Tinubu, àquele país sul-americano.

“Em um cenário global marcado pelo avanço do proteccionismo e do unilateralismo, Brasil e Nigéria reafirmam a sua aposta no livre comércio e na integração produtiva. Seguimos empenhados na construção de um mundo de paz e livre de imposições hegemónicas”, disse o presidente sul-americano, Luís Inácio Lula da Silva.

Em causa, estão os esforços do Governo brasileiro para fazer frente à sobretaxa de 50 por cento aos produtos brasileiros, imposta pela administração Trump, com a abertura de novas rotas de exportação, num momento em que a Nigéria debate-se com uma sobretaxa de 15% também imposta pelos EUA.

“Duas das maiores economias da América Latina e de África devem ter um intercâmbio muito maior”, admitiu Lula da Silva.

Dentre os acordos assinados nas áreas de cultura, ciência e tecnologia, serviços aéreos e diálogo político, também foi anunciado um voo directo entre Lagos e São Paulo, a ser operado pela companhia nigeriana Air Peace.

Para o presidente brasileiro, tais acordos possuem um cariz muito além do comercial: é uma forma de reparação pelos 350 anos em que os povos africanos foram levados como escravos para o Brasil.

“A única forma da gente pagar não pode ser mensurada em dinheiro. Tem que ser mensurada em solidariedade, em alinhamento político, económico e cultural”, defendeu.

Outro ponto defendido por Lula da Silva é a entrada da Nigéria no G20, como forma do país africano ter maior protagonismo nos fóruns internacionais.

“A Nigéria possui todas as credenciais para se tornar membro pleno do G20”, declarou.

A reaproximação com países africanos é parte da estratégia do Governo brasileiro para diversificar mercados e reduzir a dependência dos Estados Unidos da América.

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