Economia
BPC tem prejuízos de 73,1 mil milhões
O Banco de Poupança e Crédito (BPC) registou em 2017 um resultado líquido negativo de 73,1 mil milhões de kwanzas, decorrente, em grande medida, do reconhecimento de imparidades de créditos concedidos em anos anteriores.
O prejuízo também é decorrente dos elevados custos das tomadas de liquidez no mercado monetário, e dos efeitos de ajustamentos de transição para as Normas Internacionais de Contabilidade e de Relato Financeiro (IAS/IFRS).
Segundo a Angop, apesar deste resultado negativo, o BPC teve em 2017 um Produto Bancário positivo de 50,9 mil milhões de kwanzas, de acordo com o relatório de contas analisado e aprovado ontem pela Assembleia Geral de Accionistas do BPC. No mesmo período, a carteira de depósitos do Banco de Poupança e Crédito (BPC) registou uma redução de 2,1 por cento em relação a 2016.
Apesar da redução na maioria dos indicadores de desempenho, o banco registou uma evolução moderada dos seus activos de 9,5 por cento em relação ao ano anterior.
A Assembleia aprovou o Plano Estratégico para o período 2018-2022, denominado “Rumo 20-22”, alinhado com o Plano de Recapitalização e Reestruturação do BPC, iniciado em 2017, com a criação da Recredit.
Em Julho de 2017, o BPC tinha contabilizado 500 mil milhões de kwanzas na carteira de crédito malparado. Neste período tinha sido emitida uma dívida pública no valor de 231 mil milhões de kwanzas a favor da sociedade Recredit, também estatal, criada para gerir os créditos problemáticos da banca nacional.
Em Março último, o Presidente da República, João Lourenço, autorizou a emissão especial de Obrigações de Tesouro, avaliada em 180 mil milhões de kwanzas (850 milhões de dólares), para recapitalização do Banco de Poupança e Crédito (BPC).
Este valor, com maturidade de 10 anos e juros de 7,5 por cento ao ano, também vai servir para potenciar os rácios prudenciais do BPC e permitir a expansão das suas actividades creditícias, bem como permitir que o banco público cumpra na plenitude com a sua missão.
JA