Bolseiros fantasmas receberam mais de 94 milhões de kwanzas do INAGBE em 2022

Cerca de cem estudantes de quatro instituições privadas de ensino superior beneficiaram de mais de 94 milhões de kwanzas de subsídios de bolsas de estudos do INAGBE, durante o ano lectivo de 2022 sem, no entanto, estarem na lista que aquelas universidades enviaram a instituição que atribui e gere as bolsas de estudo no país.

Trata-se de 93 supostos estudantes de licenciatura e seis de mestrado, em diversos cursos, que constam da lista em posse do Tribunal de Contas, depois de uma auditoria à gestão do Instituto Nacional de Gestão de Bolsas de Estudos (INAGBE).

A universidade do Namibe, na província com o mesmo nome, no sul do país, aparece na lista do Relatório de Auditoria do Tribunal de Contas, com 63 estudantes bolseiros, a Universidade Técnica de Angola (UTANGA) com 22 e o Instituto Superior Técnico com oito, todos do nível de licenciatura.

Já a universidade Gregório Semedo é a única que tem estudantes de mestrado a lista, com um total de seis bolseiros, sendo dois no curso de Comunicação Marketing e Publicidade, um em gestão comercial e três do curso de Gestão de Desenvolvimento de Potencial Humano em Ambiente Empresarial, conforme constatou o Correio da Kianda.

Um dado curioso, é que o relatório reporta 101 estudantes, mas a lista regista a ausência do número sete na lista da universidade do Namibe e o 13 da UTANGA.

Contas feitas, o INAGBE gastou em 2022, KZ 94.490.400 (noventa e quatro milhões, quatrocentos e noventa mil e quatrocentos kwanzas) sendo KZ 66.290.400,00 (sessenta e seis milhões, duzentos e noventa mil e quatrocentos kwanzas) a estudantes fantasmas de licenciatura e KZ 7.200.00,00 (sete milhões e duzentos mil kwanzas) a estudantes fantasmas do nível de mestrados.
De 31 de Janeiro a 20 de Outubro de 2022, de acordo com o mapa de pagamentos feitos através da conta BAI nº 074271571.10.004, um total de KZ 7.533.590.850,00 (sete bilhões, quinhentos e trinta e três milhões, quinhentos e novental mil e oitocentos e cinquenta kwanzas) foram processados em favor dos bolseiros internos do INAGBE.