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Economia

BNA admite corte de juros para baixar preços de bens

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O governador do Banco Nacional de Angola (BNA, José de Lima Massano, admitiu a possibilidade de fazer corte nos juros dado pela desaceleração da inflação por meses consecutivos observada, este ano, na economia nacional, para possibilitar a redacão dos preços de bens no mercado Nacional. O governante falava num encontro mantido, em Luanda, na sexta-feira, com os principais importadores e distribuidores alimentares.

Ao falar sobre as perspectivas da adaptação da política monetária ao bom momento da inflação, o governador declarou, citado, ontem, no portal electrónico do BNA, que “a consistência do processo de desinflação cria condições para a revisão das taxas de juro directoras”.

A única ameaça, prosseguiu, reside na “prevalência de um contexto externo ainda de grandes incertezas” de um contexto internacional caracterizado pelo conflito militar na Europa do Leste, condições climatéricas adversas, bem como a pandemia da Covid-19, com impacto sobre os preços das matérias-primas energéticas e alimentares “que vêm subindo de modo acentuado, gerando fortes pressões inflacionistas na generalidade das economias mundiais”.

Segundo o “site” do BNA, o governador indicou que, ao contrário, a conjuntura económica nacional é definida pela desaceleração da inflação desde o início do ano 2022, a estabilização do mercado cambial, marcada pela apreciação do Kwanza face às moedas dos principais parceiros comerciais de Angola e aumento da oferta de bens essenciais de consumo

A nota em que estas declarações são divulgadas atribui aos importadores e distribuidores de bens alimentares o “reconhecimento” da evolução dos principais indicadores macroeconómicos e a manifestação de sinais “mais positivos e confiantes quanto ao futuro”.

Isso inclui a admissão, pelas empresas, de haver “condições criadas para assegurar o mesmo sentido de oferta de bens no último quadrimestre do ano”, numa indicação da expectativa do mercado quanto a um corte dos preços simétricos com a evolução da inflação.

Mas, acrescenta o documento, representantes empresariais que participaram na reunião levantaram a questão da persistência de “relevantes preocupações, incluindo os custos associados ao crédito ao sector do comércio”, enquanto impeditivos da competitividade dos preços.

No fim do encontro, o administrador executivo do BNA Pedro Castro e Silva anunciou a previsão de a inflação terminar o ano abaixo dos 18 por cento, no que podem ser consideradas as pistas mais consistentes sobre as expectativas do BNA quanto à evolução esperada dos preços.

“Temos boas notícias: pela primeira vez, a taxa de inflação está abaixo dos 20 por cento. Isso é resultado de vários factores que denotam que se a economia continuar  estável, a inflação vai continuar a descer e deverá estar ainda mais baixo dos 18 por cento previstos”, disse Pedro Castro e Silva.

Lembrou que, nos últimos oito meses, o país gastou dois mil milhões de dólares na importação de bens alimentares, um aumento de quase 50 por cento em relação às aquisições dessa mesma natureza no mesmo período de 2021. Realçou que uma maior importação dos bens aumenta a oferta e contribui para a manutenção dos preços.

Realizados de forma periódica, os encontros entre o banco central e representantes do sector empresarial permitem ao BNA auscultar o mercado, a partilha de informação sobre a economia mundial, obtenção das inquietações dos operadores e troca de experiências.