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Bloco Democrático e os seus desafios rumo às eleições de 2027 (parte I)

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O Bloco Democrático, consciente da sua situação face ao plasmado na Constituição da República, tem dois cenários para a sua permanência na praça política para escapar da extinção. O partido liderado pelo economista Filomeno Vieira Lopes fez o lançamento do ano político neste sábado, em Luanda.

A formação política designada de “partido dos intelectuais” tem estado a palmilhar o país a dentro em busca da simpatia de outros estratos sociais, saindo do seu conforto, que são os centros urbanos.

O futuro do BD tem duas vias, a primeira é concorrer por uma coligação de partidos políticos, não obstante que os bloquistas, apelaram os outros integrantes da FPU que, não aceitarão o sacrifício consentido nas eleições de 2022, por isso, em 2027, o BD, não vai ceder, como por exemplo, perder os seus símbolos na corrida, e sacrifício em termos de dividendos em termos de representação parlamentares e, “financeiros”.

Embora, alguns especialistas entendam que o Bloco Democrático foi favorecido pela UNITA, por ser a primeira vez que os quadros do partido “verde e preto” espreitou a Assembleia Nacional, e, conforme dizem, até devem gratidão ao “Galo Negro” que sacrificou muitos dos seus quadros em nome da plataforma política, que, segundo os especialistas na matéria, “foi uma experiência inovadora e recomendável”.

Mas, a entrada do BD na Frente Patriótica, não só levou ganhos no ponto de vista de representação parlamentar, mas criou fissuras no seio do partido, por alguns quadros, como Manuel Victória Pereira, Américo Vaz (antigo candidato a liderança do partido) entre outros, entenderem que a decisão de adesão àquela plataforma política não foi consensual no seio do partido.

Em observância ao plasmado na Lei Orgânica sobre as Eleições Gerais, no seu artigo 32º, acerca dos (Princípios da unicidade de candidaturas), refere que, “Cada partido político ou coligação de partidos políticos apresenta uma única candidatura a Presidente da República, a Vice-Presidente da República e a Deputado à Assembleia Nacional.”

O número dois do mesmo artigo, diz que, “Ninguém pode ser candidato a Presidente da República, Vice-Presidente da República ou Deputado à Assembleia Nacional POR MAIS DE UMA LISTA, SOB PENA DE PENALIZAÇÃO”, com remissão ao artigo 23º da Lei dos Partidos Políticos, que prevê que “Ninguém pode estar simultaneamente em mais de um partido nem subscrever o pedido de inscrição de um partido enquanto esteja filiado noutro partido político”.

Por essa cláusula, o antigo Presidente do BD, teve de abdicar a militância e a presidência do partido, para figurar na lista de deputados da UNITA, e o actual líder dos bloquistas, não poderia concorrer a deputação pelo “Galo Negro” por limite da lei.

A segunda via para a sobrevivência do partido é concorrer de forma isolada, aí, muitos questionam se será arriscado o BD ir à solo nas eleições de 2027, tendo em vista a sua base de militantes que não poderia lhe proporcionar os actuais lugares que tem actualmente no hemiciclo angolano.

Mas, tudo aponta que o Bloco pode contar com a solidariedade do líder do PRA-JA Servir Angola, Abel Epalanga Chivukuvuku, que com a sua experiencia política e de argumentação, foi capaz de convencer a UNITA e o BD para aproximação das forças políticas cujas ideologias são diametralmente opostas, para uma coabitação que se vive hoje na FPU.

A Rádio Correio da Kianda sabe que o Bloco Democrático vai realizar a sua Convecção electiva este ano, em data a indicar pelos órgãos competentes. Os estatutos do partido ainda permitem ao actual Presidente, Filomeno Vieira Lopes, concorrer a mais um mandato.

Fontes fidedignas do BD disseram que o político ainda não manifestou a intenção de concorrer à sua própria sucessão.

Na parte II deste artigo, traremos os próximos possíveis candidatos a liderança do BD, para além de Filomeno Vieira Lopes.

Conheça possíveis candidatos à presidência do Bloco Democrático na Convenção de 2025

Jornalista multimédia com quase 15 anos de carreira, como repórter, locutor e editor, tratando matérias de índole socioeconómico, cultural e político é o único jornalista angolano eleito entre os 100 “Heróis da Informação” do mundo, pela organização Repórteres Sem Fronteira. Licenciado em Direito, na especialidade Jurídico-Forense, foi ainda editor-chefe e Director Geral da Rádio Despertar.




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