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Bispos católicos consideram “gritante e assustadora” situação da fome no país

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Os Bispos da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), que estão reunidos em Benguela, para a primeira plenária anual daquele organismo da Igreja Católica angolana, consideram “gritante e assustadora” a situação da fome em que se encontram as famílias. Ao falar à comunicação social no final dos trabalhos do primeiro dia do Conclave, Dom José Imbamba, apelou ao diálogo entre os actores políticos do país.

O Presidente da CEAST, Dom José Manuel Imbamba, que apresentou à comunicação social o teor da mensagem sobre a situação social e política do país, para analisar a vida da interna da igreja, bem como da situação socio-política do país.

O Prelado começou por dizer que ainda é visível em todo o território angolano, pessoas que acorrem aos contentores de lixo a procura de alimentos e de recolha de grãos nas estradas onde trafegam camiões que saem dos portos comerciais com bens alimentares.

“A perda do poder de compra nas famílias é um facto gritante e dura há muitos anos, apesar das medidas que aqui acolá vão surgindo, mas o espectro ainda se mantém vivo”, disse acrescentando ainda que os preços dos produtos das cesta básica continuam altos, o desemprego de milhares de jovens continuam a agitar a vida social e em muitos deles é notório o desespero e a parda de fé no futuro”.

Na visão da CEAST estas situações têm causado o crescimento do número de jovens que recorrem às drogas e ao alcoolismo, de casos de roubos, o recurso à actos de “advinhos, seitas e outras práticas criminais que em nada dignificam a própria sociedade”.

Outra situação que preocupa os Bispos, é “o perigoso vazio de diálogo entre os governantes e governantes, entre as lideranças partidárias, e entre os vários actores cívicos”, o que tem elevado o clima de crispação, radicalismo, intolerância, indisciplina, violência física, verbal, moral e psicológica.

A prestação dos órgãos de comunicação social públicos, segundo Dom José Imbamba, tem contribuído para “este ambiente sombrio e nefasto”, que no seu entender “nada contribui para a harmonia social”, a paz e para a cultura do diálogo, da democracia e da fraternidade social.

O presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé aproveitou para apelar à serenidade, ponderação, à abertura do espírito do acolhimento e da aceitação mútuos, para o bem da pátria e do país.

“Que os partidos não sejam mais importantes que o país, e as bandeiras partidárias, que inundam as aldeias não suplantem a bandeira da República”, tendo ainda advogado à coragem para encarar e curar com verdade as causas dos problemas do país, “para evitarmos soluções fugazes e com pouco impacto na vida normal do cidadão”, referiu Dom José Imbamba.

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