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Biden autoriza Ucrânia usar armas norte-americanas contra alvos militares russos
O presidente Joe Biden deu discretamente sinal verde para que Kiev utilize armas fornecidas pelos EUA em ataques contra alvos militares russos, em meio a uma ofensiva russa contra a cidade de Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, informaram quatro autoridades dos EUA esta quinta-feira.
Essa decisão representa uma mudança na política de Biden, que anteriormente se recusava a permitir que a Ucrânia usasse armamento americano para ataques dentro da Rússia. A embaixada da Rússia em Washington e a missão russa nas Nações Unidas em Nova York ainda não responderam a pedidos de comentário feitos pela Reuters.
Falando sob condição de anonimato, as autoridades dos EUA afirmaram que a autorização de Biden se limita a alvos dentro da Rússia próximos à fronteira com a região de Kharkiv, onde uma ofensiva lançada por Moscovo em 10 de Maio atingiu algumas aldeias.
“O presidente recentemente instruiu sua equipa a garantir que a Ucrânia seja capaz de usar armas fornecidas pelos EUA para fins de contra-ataque na região de Kharkiv, permitindo que a Ucrânia se defenda das forças russas que a atacam ou estão a se preparar para fazê-lo”, disse uma autoridade dos EUA.
Segundo o principal comandante da Ucrânia, na quinta-feira, a Rússia está a concentrar forças perto da parte norte da região, mas não possui tropas suficientes para lançar um grande ataque. Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, está a apenas 19 milhas (30 km) da fronteira com a Rússia.
Esta é a segunda vez este ano que Biden relaxa discretamente a sua política em relação ao fornecimento de armas para a Ucrânia, respondendo aos apelos para enviar mísseis de longo alcance, conhecidos como ATACMS, para Kiev.
“O governo Biden mudou consideravelmente desde sua postura inicial e sua falta de compreensão dos riscos de escalada”, comentou Alexander Vindman, tenente-coronel aposentado do Exército e ex-diretor de assuntos europeus no Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca durante o governo Trump. Ele aplaudiu a mudança na política de Biden, afirmando que isso “desamarra as mãos da Ucrânia”. “É, obviamente, a decisão correcta”, acrescentou Vindman.