Economia
Bengo: produtores ameaçam abandonar produção de café
Os produtores de café no município do Pango Aluquém, no Bengo, reclamam do baixo preço do produto no mercado e ameaçam abandonar a produção caso a situação prevalecer.
Almeida Gondo Solo, proprietário da Fazenda Veleira, disse que actualmente os compradores ditam o preço no mercado, o que está a causar imensas dificuldades aos produtores.
Revelou que, em 2019, vendeu o quilograma de café a Kz 130, preço que não compensa o esforço da produção.
Este ano produziu apenas em 26 hectares por falta de meios, mas até ao fim de 2020 pretende atingir 100 hectares.
Celestino de Carvalho, da fazenda Kissamba-Lumbo, disse que em três anos produziu 60 sacos de café que foram vendidos a um preço que não o satisfaz (Kz 130 o quilograma) e sugere que o valor oscile entre 400 e 600 kwanzas o quilograma.
Já o comprador de café Moisés Domingos considerou o negócio do café rentável e justificou que a baixa do preço deve-se à pouca saída do produto.
Em 2019 comprou 22 toneladas nos Dembos, Bula Atumba e Pango, que depois foram encaminhadas para Luanda onde vendeu grande parte aos exportadores e o remanescente ficou para o consumo interno.
No Bengo, das 297 fazendas cafeícolas cadastradas na província, apenas 38 encontram-se em pleno funcionamento, das quais dez estão localizadas no Pango Aluquém.
Durante o ano de 2019, o Governo potenciou essas fazendas com 39 mil mudas de café, na perspectiva de aumentar o nível de produção e servir de instrumento de combate à pobreza, nas comunidades rurais.
Duzentas toneladas de café é a previsão para a presente campanha agrícola no Bengo, uma cifra que supera as 171 colhidas em 2019.
Com Angop