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Bastonário da ordem dos médicos discrimina quadros com passagem pela UNITA

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Toto Yumbi Willy e Kokolomani Ngand Clemente, cidadãos angolanos formados em medicina na República Democrática do Congo, estão há mais de 10 anos desempregados, por conta da relutância da Ordem dos Médicos em atribuir-lhes as respectivas carteiras profissionais, por alegadamente terem passagem pelo Partido UNITA. 

A história começa em 2005, quando os dois médicos chegam a Luanda e apresentam-se ao então Presidente do Conselho Regional Norte da Ordem dos Médicos de Angola, Josenando Teófilo, a quem depositaram todos os seus documentos de formação na esperança de obterem a carteira profissional.  Josenando Teófilo prometeu-lhes celeridade no processo se em troca trabalhassem por um período de um ano no seu Centro Médico, denominado “Grasco”, situado no bairro Petrangol, município de Cacuaco. Dois anos depois, então Presidente do Conselho Regional Norte da Ordem dos Médico não cumpria com o prometido, fazendo gosto em ver os dois colegas a trabalhar no seu médico como escravos, obrigando-os a trabalhar como clandestinos e a auferir metade do salário a que os médicos legalizados tinham direito.

Saturados, os candidatos a obtenção da cédula profissional dos médicos, revoltaram-se e abandonaram o centro médico de Josenando Teófilo, exigindo apenas a sua inscrição na Ordem dos Médicos de Angola. Foi aí que começou o calvário. O então Presidente do Conselho Regional Norte da Ordem dos Médicos de Angola, prometeu-lhes vida cara, garantindo que enquanto dependesse dele, os dois nunca exerceriam de forma legal a actividade médica, em qualquer parte do País . 

Movido pela raiva e pela ganância, Josenando Teófilo, que era também, naquela altura, alto quadro do ministério da saúde, usou de todas as suas influências para penalizar os médicos em causa, acusando-os de falsos. É com base em acusações de Josenando Teófilo que o Bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Pinto de Sousa, reluta em atribuir o número da ordem a Toto Yumbi Willy e Kokolomani Ngand Clemente, apesar de todas as diligências efectuadas por estes para legalizarem-se ao longos dos últimos 8 anos.

Os médicos acusam Carlos Pinto de Sousa de “postura de subalternização” face ao antigo Presidente do Conselho Regional Norte da Ordem dos Médicos de Angola, Jozenando Teófilo, por não se ter pronunciado até então sobre o processo, pedindo apenas aos candidatos a resolverem supostos problemas que deverão ter com a ordem dos médicos da RDC, quando na verdade uma comitiva do Ministério da Saúde já se tinha deslocado aquele País e apurado junto da Universidade onde os mesmos fizeram a formação a autenticidade dos seus documentos. 

Numa altura em que o Governo queixa-se da insuficiência de médicos no País, Toto Yumbi Willy e Kokolomani Ngand Clemente, mostram-se surpreendidos com a inércia da Ordem dos Médicos de Angola em resolver os seus problemas, colocando-os no desemprego.

A Provedoria da Justiça e os Serviços de Investigação Criminal, atestam em documentos, que os mesmos têm titulo académico bastante em Medicina, cujos trâmites de reconhecimento de estudos foram observados em sede do Ministério das Relações exteriores e do INAREES, incluindo um relatório de estágio com boas referências do hospital Josina Machel. Mas a Ordem de Carlos Pinto de Sousa, nega-se a acatar as directivas destas instituições públicas, alegando que é uma Organização autónoma, num claro sinal de que o problema é de egoísmo e prepotência da parte do seu responsável máximo. 

Os pretensos médicos, têm uma audiência marcada com a Ministra da Saúde Sílvia Lutukuta, para apresentarem pessoalmente as suas reclamações. 




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