Mundo
Bangladesh: Sheikh Hasina diz que a sua sentença de morte tem “motivações políticas”
A ex-Primeira Ministra do Bangladesh, Sheikh Hasina, actualmente exilada na Índia, afirmou que a sua sentença de morte, anunciada nesta segunda-feira, por um tribunal do Bangladesh, tem “motivações políticas”.
“As sentenças anunciadas contra mim foram decididas por um tribunal ilegal, nomeado e presidido por um Governo que não foi eleito e sem mandato democrático”, disse Hasina, de 78 anos, em comunicado citado pela Lusa, classificando ainda que como sendo “tendenciosas e têm motivações políticas”.
“Este veredicto de culpada foi predeterminado. Não tenho medo de enfrentar os meus acusadores perante um tribunal imparcial, no qual as provas possam ser vistas de forma honesta”, acrescentou.
Além da ex-Primeia Ministra, o tribunal também condenou à morte o ex-ministro do Interior, Asaduzzaman Khan Kamal, que também está em fuga. O ex-chefe da polícia, Chowdhury Abdullah Al-Mamun, que está sob custódia e declarou-se culpado, foi condenado a cinco anos de prisão.
“Todos os elementos (…) que constituem crimes contra a humanidade estão presentes. Nós decidimos impor apenas uma sentença: a pena de morte”, declarou o juiz Golam Mortuza Mozumder, do tribunal de Daca.
Entretanto, a justiça do Bangladesh instou a Índia a deportar a ex-Primeira Ministra.
Hasina, cujo regime era apoiado por Nova Deli, fugiu para a Índia de helicóptero em 05 de agosto, quando os manifestantes invadiram a sua residência após semanas de manifestações.
O exílio de Sheikh Hasina, de 78 anos, reacendeu as tensões entre os dois países vizinhos.
Após um julgamento de cinco meses, os juízes de um tribunal da capital do Bangladesh, Daca, consideraram a ex-governante culpada de crimes contra a humanidade, incluindo incitamento a assassínios e de ordenar mortes, de acordo com a sentença hoje proferida.