Economia
Banco Nacional de Angola projecta inflação anual de um dígito até 2022
O governador do Banco Nacional de Angola, José de Lima Massano, anunciou que o BNA está a trabalhar para baixar a taxa de inflação anual para um dígito até 2022, assegurando haver possibilidades para se ir reduzindo as taxas de juro.
José de Lima Massano falava quarta-feira, à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas que decorre em Nova Iorque, tendo acrescentado que o BNA vai anunciar a próxima decisão sobre taxas à 30 de Setembro próximo.
Segundo disse na ocasião a Bloomberg News, Angola pretende atingir uma inflação de um só dígito em meados de 2021 e início de 2022, já que o país continua a sofrer as consequências económicas dos baixos preços do petróleo e a queda de produção.
“Se não consequirmos obter estabilidade em termos de inflação e das divisas, então nao estaremos a erguer a infrastrutura para assegurar um crescimento sustentável”, disse José de Lima Massano, acrescentando que, “dado o estado actual da nossa economia, isto é algo que temos que perseguir”.
O governador do Banco Nacional de Angola, segundo maior produtor de petróleo em África, disse que o país esforça-se por manter as suas reservas de divisas estimadas em de 10 mil milhões de dólares americanos.
Segundo disse, a economia angolana contraiu-se nos últimos três anos, ao passo que os preços ao consumidor subiram 17,9% em Agosto, comparativamente ao ano anterior.
Explicou que o país envidou esforços para melhorar a gestão da sua moeda, o Kwanza, que registou o pior desempenho em África em 2019, depois de expender mais de um terço das suas reservas para defende-la.
Jose de Lima Massano esclareceu ainda que o Kwanza perdeu este ano 17% face ao dólar americano.
Por outro lado, informou que o Fundo Monetario Internacional que concedeu a Angola, em Dezembro último, um crédito de 3.7 mil milhões de dólares, recomendou uma politica monetaria mais severa para suportar a taxa de câmbio.
“Acreditamos que há possibilidade de se baixar as taxas de juro, para garantirmos um pouco mais de sobrevivência aos negócios”, afirmou o governador.
Para ele, o país passou por um processo de valorização artificial da sua moeda e agora é hora de se fazer o que considerou um “processo penoso”.
Por outro lado o governador do BNA recordou que Angola encetou um programa de reformas do seu sector bancário sobrecarregado com crédito mal parado, mais virado para a produção do que importação de produtos básicos e privatização de mais de 150 empresas nos próximos três a quatro anos.
C/ Angop