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Banco de Urgência do Hospital Central do Lubango atende mais de 200 pacientes por dia

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O Banco de Urgência do Hospital Central do Lubango, na província da Huíla, regista mais de 230 pacientes que acorrem àquela unidade em busca de atendimento médico de emergência, sendo que o número de pacientes que chegam grave ao hospital continua a subir.

A revelação é da sua directora geral, Maria Lina Antunes, que alega que muitos são os pacientes que chegam ao hospital “com risco de vida imediato” e que são atendidos pelas equipas médicas destacadas.

A responsável começou por dizer que num passado recente o hospital realizou um inquérito, através do qual ficou provado que os utentes tinham dificuldades de acesso às consultas externas e tempos de espera no Banco de Urgência elevado. Disse ainda que o número de consultas externas era reduzido, comparativamente a demanda e elevava a taxa dê mortalidade antes das 24 horas no hospital, razão pela qual foi decidido implementar o sistema de atendimento de Manchester.

Este sistema, de acordo com a directora, já permite ver indicadores “bastante positivos”. Explicou, no entanto, que o sistema de triagem de manchester determina a que todo o paciente que chega ao hospital com risco de vida imediato recebe a classificação de alerta vermelho, para ser atendido imediatamente. Já o doente que recebe a classificação de laranja é atendido em 10 minutos.

“O utente amarelo é aquele que pode esperar até 60 minutos por seu atendimento porque não corre risco de vida”, detalhou, acrescentando que as demais classificações, azul e a verde, não são atendidas no banco de Urgências e são encaminhados para uma consulta que é feita no mesmo dia, “principalmente se o doente vier do município, e se o município for longe do Lubango, para não ficar a espera, recebe o atendimento numa área chamada Banco Ambulatório.

Com isso, de acordo com a responsável, o Hospital Central do Lubango tem um atendimento médio diário a variar entre os 200 e os 230 utentes só no Banco de Urgências.

“E temos verificado que doentes graves, aqueles que chegam com a cor vermelha e laranja tem aumentado de mês para mês. E o aumento as vezes é de acordo com a estação”, exemplificando a época chuvosa que aumenta o registo de casos de doentes em estado grave com problemas de malária, e da época de frio que faz aumentar o número de doentes graves com problemas de pneumonia.

“Mas de um modo geral, o número de casos de doentes graves e críticos nas urgências tem aumentado. Isto significa que nós temos graves problemas de saúde. Se os doentes chegam tão graves no hospital significa que falhou o acesso nas unidades ou não passou por lá e perdeu tempo”, disse acrescentado que os hospitais de referência não resolvem o problema de saúde em Angola.

“O que resolve são as unidades da rede primária com acesso e atendimento correcto e atempado dos pequenos postos médicos e Centros de saúde”, afirmou.

Sobre a qualidade do atendimento médicos e dos serviços de saúde, a médica foi peremptória ao afirmar que “ainda estamos muito longe” do ideal. Disse também que a própria população deve ser educada a procurar pelos serviços de saúde sempre que se deparam com doenças e evitar os recorrentes casos de utentes que chegam aos hospitais depois de 10 dias em estado grave.

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