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Autoridades tradicionais rejeitam uso do nome Cassai-Zambeze na divisão do Moxico

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A Rainha Ana Bela Ngambo Nhakatolo disse, em exclusivo à Rádio Correio da Kianda, que os habitantes do Alto-Zambeze não concordam com a designação da nova província no Leste do país, no quadro da proposta de Divisão Político-Administrativa que reparte o Moxico em duas províncias.

Nhakatolo defende a nomenclatura de Moxico Leste e Moxico Oeste, por entender que a proposta recém aprovada acaba por deturpar a história e a coesão das comunidades.

“Não estamos de acordo com a proposta por não corresponder com a geografia e história do local, sendo que Moxico Leste e Moxico Oeste seria o mais correcto”, disse, alegando ainda que não foi “consultada nem o seu povo e só assustou com o novo nome da província de Cassai-Zambeze”.

A Rainha Nhakatolo prevê deslocar-se à Luanda para solicitar uma audiência com o Presidente da República com vista travar a intenção do Ministério da Administração do Território.

Por sua vez, o Rei Chivueka, do grupo étnico Luchazi, junta-se ao coro. Aquela autoridade tradicional avança as razões que estão na base da contestação do nome Cassai-Zambeze.

“Estamos contra a nomenclatura de Cassai-Zambeze por causa dos rios e limites do reino. Se o Governo acha que o Moxico é muito grande e é preciso dividi-lo, que seja Moxico Leste”, vincou.

Chivueka disse, por outro lado, que concorda com a nominação das províncias do Cuando e Cuvango e defende o uso do mesmo mecanismo na divisão do Moxico.

O executivo propõe a divisão do Cuando Cubango e do Moxico para dar lugar a duas novas províncias, conforme consta da versão preliminar da proposta de Lei da Divisão Política Administrativa do país, com o objectivo de clarificar os limites fronteiriços intermunicipais e interprovinciais.

Com isso, o Moxico será subdividido em Moxico, com sede no Luena, e Cassai-Zambeze, com sede em Cazombo, enquanto o Cuando Cubango será repartido em Cubango, com sede em Menongue, e Cuando, com sede em Mavinga.

O documento, segundo disse o Ministro da Administração do Território, vai nos próximos dias a discussão e aprovação à Assembleia Nacional.

Conselho aprova alteração administrativa de Angola para 20 províncias e 325 municípios

Jornalista multimédia com quase 15 anos de carreira, como repórter, locutor e editor, tratando matérias de índole socioeconómico, cultural e político é o único jornalista angolano eleito entre os 100 “Heróis da Informação” do mundo, pela organização Repórteres Sem Fronteira. Licenciado em Direito, na especialidade Jurídico-Forense, foi ainda editor-chefe e Director Geral da Rádio Despertar.

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3 Comentários

1 Comentário

  1. António Silva

    04/01/2024 em 7:14 am

    Atitude reprovável. Vê-se que o povo não é soberano e o governo é autoritário, a democracia parece ser nome de alguém e não é o novo regime que se vive. O povo precisa ser consultados para se chegar ao entendimento. Isto é insulto.

  2. Tony Mendes

    05/01/2024 em 11:27 am

    Se 18 províncias (160 municípios) não conseguimos administrar, não é 20 províncias (325 municípios) que vamos fazer isso.
    É preciso reconhecer quando se está errado.

  3. Bambino

    05/01/2024 em 5:16 pm

    Estou de acordo com a ideia da Rinha. Não é problema ser assim chamadas de Moxico leste e oeste como também pode ser Moxico Norte e Moxico Sul se assim a geografia o determine.

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