Sociedade
ATA diz que 30 mil taxistas precisam de ajuda para manter actividade no país
O presidente da Associação dos Taxistas Angolanos (ATA), disse nesta quinta-feira, em Luanda, que mais de 30 mil dos seus associados, precisam de ajuda do Estado para se manterem na actividade de transporte público, visto que por conta da crise económica, agravada pela pandemia da covid-19, muitos dos seus patrões perderem a capacidade de empregabilidade.
Rafael Inácio manifestou as suas preocupações, na reunião de audiência cedida pelo ministro dos transportes, onde enfatizou que a ajuda de que os taxistas necessitam é institucional. “Nós não pedimos dinheiro ao Governo, apenas assistência para lidarmos com entidades bancárias que podem conceder créditos bonificados”.
A ATA acredita que, com o crédito, muitos taxistas podem ser salvos e milhares de famílias auxiliadas. “Em média, um táxi pode sustentar a vida a mais de sete famílias, mas os patrões deixaram de investir em viaturas, entre os muitos factores, indicam a proibição de importação de viaturas velhas. Precisamos de ajuda. Também que é necessária a profissionalização da nossa actividade”, sublinhou Rafael Inácio.
Entretanto, o ministro dos Transportes, Ricardo D’Abreu, referiu existir um programa de “quase uma canibalização do sector dos transportes urbanos que é preciso inverter”. Para isso, continuou, convidámos os taxistas a reflectirem sobre a sua entrada formal na cadeia de valor, pensem em trabalhar connosco num programa piloto, por via do qual a actividade pode ser sustentável. Vamos envolver outros ministérios, o nosso Instituto Nacional de Transportes Rodoviários e outras entidades”.
Taxistas convidados a participar da cadeia de valor do negócio dos transportes urbanos
O ministro dos Transportes, Ricardo D’Abreu mostrou interesse em ver os taxistas a integrar a cadeia de negócio dos transportes urbanos a nível das províncias com vista a melhorar o sistema de transporte público e a melhorar a sua condição social.
Na referida reunião com a delegação da Associação dos Taxistas de Angola (ATA), o titular da pasta dos transportes exortou os taxistas a se prepararem para explorarem a estrutura de negócios dos transportes urbanos, como uma forma de progressão da sua acção na cadeia de valor dos transportes.
“Tem de haver esta predisposição de crescimento por parte dos nossos taxistas”, defendeu no encontro formal o Ministro, que destacou o facto de os taxistas estarem unidos em associações de representação nacional, ser uma vantagem para que os mesmos criem cooperativas, através dos quais podiam investir na compra de autocarros para o transporte urbano de passageiros, actividade sob tutela, neste momento, dos Governos Provinciais.
Para o ministro dos transportes, este movimento ajudaria a vencer a preocupação, de empregabilidade e de segurança rodoviária, por entender que a actividade de táxis colectivos e moto táxi está na base de altos níveis de sinistralidade. A situação, segundo Ricardo D´Abreu, é agravada com a entrada, na actividade de táxis, de cidadãos que colocam as suas viaturas nas vias sem estarem licenciadas, bem como de detentores de transportes de viaturas de mercadorias que as transformam em meios de locomoção de passageiros.
Entretanto, apontou a cadeia de valor dos transportes urbanos em Angola como uma solução para esta situação, pelo facto de compreender autocarros colectivos, táxis colectivos, girabairros e moto taxistas.
Para reverter a actual situação o Ministério dos Transportes produziu nova regulamentação sobre a actividade de táxis colectivos e dos moto taxistas, bem como tem procurado cooperar com os Ministérios da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social (MAPTSS) e Ministério da Economia e Planeamento, para assegurar a profissionalização e formalização destas actividades, para garantir um sistema de previdência social para estes profissionais.
O Programa de Reconversão da Economia Informal (PREI) e o Programa de Aceleração e Promoção do Emprego (PAPE) foram considerados fundamentais pelo ministro, para estes o alcance deste objectivos, e dar resposta aos anseios dos jovens que constituem a maior franja destes profissionais.
“No programa (PREI) julgamos que se pode integrar a vossa preocupação com a política de créditos, em modalidade especial”, pelo que “em sede deste programa, promoveremos outros encontros convosco”, garantiu o ministro dos transportes, que se mostrou preocupado em acabar com os altos índices de sinistralidade rodoviária no país.