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Opinião

Assessor de imprensa sem espaço no panorama político e empresarial angolano

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Em Angola, gestores de grandes empresas, artistas, desportistas, empresários, personalidades, políticos, incluindo organizações partidárias desconhecem a importância e papel do assessor de imprensa. Este desconhecimento ensurdecedor tem contribuído de forma negativa no relacionamento das organizações com a imprensa. A culpa, às vezes, não caí simplesmente ao decisor, mas também ao profissional desta área que não se mostra e que não ocupa o seu lugar ao solo.

O assessor de imprensa, geralmente é um profissional formado no ramo da comunicação, nomeadamente, Ciências da Comunicação, Comunicação Social e jornalismo. Porém, o assessor tem um vasto conhecimento sobre o funcionamento das redacções, bem como ‘opera como um distribuidor das jogadas’ entre a sua instituição e a imprensa.

É da competência do assessor divulgar os factos noticiosos de interesse, que sejam benéficos para manter uma imagem positiva da empresa ou da figura-publica perante a sociedade. Novos produtos, novos Projectos de pesquisas e eventos, por exemplo, podem ser objecto de uma sugestão de pauta a ser oferecida para a imprensa, assim como posicionamentos técnicos sobre assuntos que estão em destaque na mídia.

Para fazer esse trabalho, o assessor de imprensa faz uso de ferramentas como press-releases (textos com sugestão de pautas) e mailing de veículos de comunicação, por meio dos quais são feitos os contactos com os jornalistas que actuam nos diversos meios de comunicação social, além de contactos pessoais.

A relação do assessor com as redacções é de interdependência. A secretária de redacção, produtores e repórteres geralmente recorrem às assessorias de imprensa quando querem apurar uma notícia.

Entretanto, o assessor de imprensa é um simplificador do trabalho da equipa de jornalistas ou reportagem. Cabe ao assessor agendar as entrevistas com as fontes primárias, fazer o levantamento de informações necessárias à pauta, ajudar sempre que possível na produção das matérias para os órgãos de informação. No entanto, a ajuda tem limite.

Quando as notícias são favoráveis à instituição, esse trabalho é facilitado na medida em que o interesse da divulgação é de ambos – imprensa e instituição. Já quando a pauta é nociva à imagem da instituição cabe ao assessor, em conjunto com o porta-voz da instituição, definir a melhor estratégia no sentido de enfrentar o problema. A estratégia vária de caso a caso – vai desde o envio de um comunicado oficial com um posicionamento sobre o problema até a uma conferência de imprensa (Leia mais em Gerenciamento de crise). O assessor também é responsável por preparar o porta-voz para lidar com a imprensa. Isso pode ocorrer por meio de acções programadas, que visem o treinamento do pessoal com o chamado media training. Em uma crise, por exemplo, ele pode treinar com o docente as informações que deverão ser divulgadas antes da entrevista, de forma que o resultado final seja o mais favorável possível.

Por Osvaldo Manuel
*Formado em Ciências da Comunicação na especialidade em Comunicação Institucional e Imprensa e Relações Públicas.




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