Sociedade
Assaltos semeiam pânico em Luanda e moradores pedem mais policiamento
Ouvintes da Rádio Correio da Kianda, no espaço de interação matinal do programa Capital Central, denunciaram esta semana uma onda de assaltos que está a criar pânico nos bairros Dangareux, Fubú, Simione, Mundial e Bondo Chapé, em Luanda.
Francisco Santareno, morador do bairro Fubú, descreveu um cenário de medo permanente.
“Os assaltos acontecem à luz do dia, muitas vezes com armas brancas. De manhã é ainda mais perigoso, porque apanhamos as vítimas indefesas, trabalhadores que saem cedo para ganhar o pão. Esta realidade não se limita ao Fubú, estende-se também aos bairros vizinhos”, disse.
Na zona do Banicha, bairro Dangareux, Celestina Marques aponta que a criminalidade é praticada tanto por jovens locais como por indivíduos oriundos de outras províncias.
“Já não conseguimos identificar de onde vêm, mas a verdade é que muitos destes miúdos estão a transformar o bairro num lugar inseguro. Precisamos de polícia mais presente”, lamentou.
Pedro Tchizuca, residente no conhecido Talatona Bairro, reforçou o pedido de reforço policial.
“Vivemos um clima de insegurança que está a deixar as famílias aterrorizadas. Não sabemos mais como proteger os nossos filhos e vizinhos”, afirmou.
A onda de assaltos não poupou nem profissionais da comunicação social. Moreira Bastos, colaborador da Rádio Correio da Kianda, foi atacado por meliantes que se faziam passar por mototaxistas, na zona do Muxaxeiro.
“Vivi momentos de terror. Fui ferido no rosto com uma faca e só não aconteceu o pior porque a população reagiu a tempo. Ainda assim, levaram alguns pertences”, contou.
Enquanto cresce o desespero dos moradores, as forças de segurança anunciaram esta semana a detenção de dois cidadãos de nacionalidade congolesa, pertencentes ao grupo “Cidade de Deus”, acusado de praticar assaltos violentos no bairro Palanca, em Luanda, com recurso a catanas.
Segundo o Serviço de Investigação Criminal (SIC) do Kilamba Kiaxi, a quadrilha era composta por oito elementos, todos já identificados, dos quais seis permanecem em fuga. O grupo ganhou notoriedade após a divulgação de um vídeo nas redes sociais, onde os criminosos exibiam catanas e proferiam ameaças de morte contra cidadãos indefesos e contra um grupo rival.
Os detidos, de 18 e 21 anos, vão ser apresentados ao juiz de garantias para responder pelos crimes de roubo qualificado, associação criminosa e agressão física. As autoridades garantem que as investigações continuam para localizar os restantes integrantes do gangue.