Desporto
As feitiçarias que marcaram a chegada de Beto Bianchi a Angola
Em entrevista ao jornal espanhol La Verdad, o treinador hispano-brasileiro relatou algumas peripécias que já viveu no futebol angolano, onde se estreou na época passada ao serviço do Petro de Luanda.
“Ao chegar ao clube avisaram-me que havia algo a que talvez não estivesse habituado. Eram os feiticeiros”, conta o técnico dos petrolíferos, cargo que acumula com as funções de seleccionador nacional de futebol.
Segundo Beto Bianchi, os avisos revelaram-se acertados porque os bruxos estavam por toda a parte, “tanto nos treinos como nos jogos”, a realizar os seus rituais.
“E o problema é que os próprios jogadores acreditam neles”, aponta o treinador, exemplificando: “Se depois do ritual o jogador marca um golo, coisa que pode acontecer, diz: “Vês? É graças ao que fizemos”.
Mais de um ano depois da chegada ao futebol angolano, o hispano-brasileiro assegura que dispensou essa “equipa não oficial”.
“Tive de os tirar dos treinos. Foi uma grande luta, mas no dia-a-dia não há feiticeiros”, garante Bianchi, admitindo, porém, que continua a vê-los nas partidas.
“Vão com ossos de animais, fazem fogueiras”, indica o técnico, que descreve um dos episódios em que teve de ceder às orientações especiais. “Ia entrar no estádio por uma porta mas tive de mudar para outra porque dessa forma não incomodaria não sei que espírito”, relata Bianchi, sublinhando: “É outra cultura”.