Politica
Artur Neves é o entrevistado de hoje do Ponto e Vírgula
O nosso convidado foi um dos protagonistas em vários palcos, da vida artística, radiodifusão, entre outros, antes e durante os anos intensos do pós-independência.
Artur Neves, com a sua gravadora de fita magnética, imortalizou momentos decisivos do conflito armado. Em parceria com Óscar Gil, repórter de imagens da então Televisão Popular de Angola (TPA), capturaram episódios emblemáticos, como a Batalha de Kifangondo e os combates no Sul contra as tropas do apartheid. Esses registos tornaram-se uma referência não apenas para a história militar do país, mas também para a memória colectiva dos angolanos.
Além de repórter de guerra, Artur Neves é um profissional multifacetado. Sonoplasta de renome, esteve à frente da gravação de discos de diversos artistas angolanos ainda no período colonial, sempre com um olhar atento à qualidade técnica e à preservação do patrimônio musical do país. A sua contribuição para a música vai para além da produção: como compositor, Neves criou canções interpretadas por artistas como André Mingas e Carlos Lopes. Compositor e músico por essência, ele foi também vencedor do Festival da Canção da LAC em 2000.
Apesar da sua carreira bem-sucedida, Artur Neves é também um homem de profundas emoções. As suas composições reflectem muitas vezes vivências pessoais, especialmente as suas experiências no domínio afectivo, sempre com uma sinceridade que ressoa nas letras e melodias que criou. Amante da boa música, especialmente da bossa nova, Neves permanece uma referência para as gerações mais novas, não apenas pela a sua obra, mas pelo exemplo de dedicação a Angola.
Hoje, aos 78 anos, Artur Neves vive na província do Huambo, e vai partilhar os monumentos históricos, bem como contextualizar o exercício da radiodifusão no século XXI.
Está convidado a acompanhar, a partir das 18h, na frequência 103.7 ou www.correiokianda.info. Numa condução do jornalista, Queirós Anastácio Chilúvia.
Texto adaptado de Ladislau Fortunato