Arte ou ciência no planeamento estratégico municipal: o desafio dos administradores dos novos municípios em Angola

A Nova Divisão Política-Administrativa (NDPA) em Angola, com a criação de novos municípios, coloca à prova os administradores locais, que enfrentam o grande desafio de elaborar planeamentos estratégicos que atendam às especificidades de cada região. A tarefa de criar esses planeamentos exige uma abordagem que combine tanto a arte de compreender as realidades locais quanto a ciência de aplicar metodologias eficazes de desenvolvimento.

O planeamento estratégico municipal deve ser ajustado às vocações de cada município, como a agricultura, o turismo ou a pesca, e ter em conta as limitações orçamentais, adoptando uma implementação gradual e sustentável. As acções prioritárias incluem a melhoria das infra-estruturas essenciais, como estradas e centros de saúde, além de investimentos na educação e capacitação da população local.

É possível, e necessário, desafiar as unidades territoriais a definirem metas ambiciosas em áreas-chave do desenvolvimento. Por exemplo, no sector da educação, um município pode estabelecer como meta estratégica “sem criança fora do sistema de ensino”, algo que pode ser alcançado por meio de parcerias com organizações não governamentais, comunidades e outras entidades. Este tipo de desafio estimula a inovação e a acção, além de criar uma visão clara e mobilizadora para o futuro.

A gestão responsável dos recursos naturais e a adopção de práticas ambientais sustentáveis também são elementos fundamentais para garantir que o desenvolvimento seja equilibrado e de longo prazo. A participação da comunidade na definição das prioridades e a formação de parcerias público-privadas são essenciais para maximizar os recursos e garantir a eficácia das acções.

Com uma abordagem bem estruturada e adaptada às realidades de cada município, os novos administradores têm a oportunidade de transformar a NDPA num verdadeiro motor de desenvolvimento local, promovendo a desconcentração eficaz, a redução das desigualdades e o crescimento sustentável em Angola. O planeamento estratégico, portanto, é um desafio complexo que exige visão, criatividade e rigor técnico, sendo crucial para o futuro das novas administrações municipais.