Economia
Apenas 30% de trabalhadores bancários são licenciados
O sector financeiro bancário em Angola conta com mais de 23 mil empregados , 70% dos quais sem o ensino superior concluído, correspondendo a 16 mil e 100 trabalhadores, e seis mil e 900 graduados (30%), segundo um estudo do Banco Nacional de Angola (BNA).
O estudo, que cobriu 21 bancos e três instituições do sector não bancário, foi apresentado esta quinta-feira pelo administrador para área do Capital Humano do BNA, Tavares Cristóvão, no Ciclo Anual de Conferências do banco central com tema “O Capital Humano no Sector Financeiro Angolano”.
Tavares Cristóvão admitiu ser crítica tal situação, tendo em conta os desafios e exigências do sector e ao facto de os 30% corresponderem apenas seis mil e 900 licenciados.
Apesar deste quadro, enfatizou que a licenciatura não é o único indicador a ter em conta, mas sim, um factor de referência tendo em vista a pressão e exigências que se assiste, entre os quais, as tecnologias.
“ Uma graduação pode claramente facilitar o acesso, mas não é a única opção, visto que o sector funciona com 70% de colaboradores ainda sem graduação”, referiu, afirmando que tal indicador poderá reduzir dentro de dois a três anos, uma vez que muitos deles frequentam o ensino superior.
Do estudo feito, observa-se ainda uma redução do número de colaboradores estrangeiros, que não passa da casa dos 100.
O sector bancário angolano, disse, assiste a uma passagem do modelo tradicional dos seus serviços, para o digital, mudança que vai obrigar que o modelo anterior de captação de trabalhadores profissionais, altere nos próximos tempos.
Outra pressão tem a haver com as adaptações às regras internacionais , como é o caso do compliance, que as instituições bancárias devem estar em conformidades estas regras (de compliance).
Por sua vez, a director do capital humano do Banco BAI, Irene Graça, defendeu a necessidade de se olhar mais para os desafios da formação de quadros, a fim de se contribuir melhor neste campo.
A título de exemplo, referiu que o BAI está a desenvolver um programa de bolsa de estudos que está a oferecer um total de 100 bolsas, para os colaboradores destacados em várias províncias do País.
Divido em dois painéis, o encontro reuniu representantes de instituições bancárias e não bancárias, que partilharam experiências ligadas sobre a captação, desenvolvimento, retenção de competências, capital humano e a era da digitalização.