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Anúncio de Trump de cessar-fogo entre Israel e Hamas feito para pressionar resultados, diz analista
“A declaração do Presidente Donald Trump, hoje, anunciando um cessar-fogo de 60 dias em Gaza acordado com Israel, acompanhada de um ultimato ao Hamas para aceitá-lo sob ameaça de condições piores, reflecte a sua abordagem de “Geopolítica da Força” e o uso da “diplomacia do X” para pressionar resultados”.
A afirmação foi feita pelo especialista em relações internacionais, Adalberto Malú, em reacção ao Correio da Kianda, sobre o anúncio feito pelo presidente dos Estados Unidos, esta quarta-feira, 02, via a rede Truth Social.
O Ministro de Assuntos Estratégicos de Israel, Ron Dermer, aceitou a proposta esta terça-feira, 01, durante visita a Washington. Ontem mesmo, Donald Trump anunciou que “Israel concordou com as condições necessárias para encerrar o cessar-fogo de 60 dias”.
Até o fecho desta matéria, o Hamas disse que ainda estava a analisar o plano, que, segundo a imprensa internacional, busca diminuir diferenças com o grupo.
Enquanto Trump se prepara para receber o Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu, a declaração afirma que Israel aceitou condições para encerrar a guerra, que já matou 56.000 palestinianos desde Outubro de 2023, após o ataque do Hamas que causou 1.200 mortes.
Entretanto, prosseguiu o analista a este jornal, Trump alertou que a situação “só vai piorar” para o Hamas, cuja capacidade de comando foi debilitada, mas que ainda retém cerca de 50 reféns, menos de metade vivos.
“A retórica de ultimato, repetida desde o cessar-fogo de Março, enfrenta ceticismo, pois Netanyahu insiste na destruição total do Hamas, enquanto este exige a retirada israelita e o fim da guerra”, disse.
Para Adalberto Malú, “a pressão de Trump, embora performativa no X, busca forçar um acordo, mas a ausência de consenso sobre o fim permanente do conflito e a influência do Irão limitam as perspectivas de sucesso, mantendo Gaza num impasse volátil”, finalizou.