Politica
Antropólogo defende enquadramento do 4 de Fevereiro no marco histórico do país
A data que marca o início da luta armada remonta-nos a um facto de extrema importância fruto dos assaltos feitos nas cadeias de Luanda com o objectivo de libertar os presos políticos.
Para o antropólogo Miguel Kimbenze, as datas de 4 de Fevereiro e 15 de Março, deviam constar no marco histórico da República de Angola por serem datas de referências históricas da luta de libertação no território nacional.
“Lamentavelmente é uma data que é apenas celebrada no único dia, depois dali perde seu efeito, sua acção, sua valorização, mas é uma data de referência histórica, estas devem entrar no marco histórico da angola”, assegurou.
Para Miguel, a geração que lutou pela independência tinha uma linha de pensamento próprio que enquadrava-se no projecto de desenvolvimento para Angola, por isso, entende que a geração cumpriu a missão de tornar angola independente.
Para as gerações posteriores, afirma não terem conseguido abraçar o pensamento dos nacionalistas, colocando assim, em risco o desenvolvimento sustentável do país.
O 4 de Fevereiro de 1961 foi o dia em que um grupo de angolanos atacou a Cadeia de São Paulo e a Casa de Reclusão, em Luanda, dando início à Luta Armada em Angola.
Reacções de populares
Em Luanda, alguns populares ouvidos pela Rádio Correio da Kianda afirmam que os feitos desta data não se reflectem nas suas vidas e dizem sentir-se excluídos nas celebrações da data que marca o início da Luta Armada.
Quem mostrou o seu descontentamento sobre as celebrações actuais desta data, é o entrevistado registado apenas com o nome de “Papi”, onde acredita existir selectividade dos participantes para às comemorações. Comparando às datas anteriores, para ele, actualmente há um número reduzido de participantes.
“Quando chegasse um dia como este, seria bom o envolvimento de todo o mundo, uns vão, outros ficam, isso não é bom”, lamentou.
O silêncio que tomou conta das ruas de Luanda por conta do feriado neste 4 de Fevereiro para este entrevistado, foi a prova da pouca importância que a efeméride agora apresenta para os angolanos, Por isso, entende que o governo deve criar políticas no sentido de inverter o quadro para que haja uma participação colectiva sem olhar para cores partidárias.
“O 4 de Fevereiro de ontem e de hoje há muita diferença, senhora jornalista vê como está o 4 de Fevereiro de ontem e de hoje”, sublinhou.
Miguel Capoa e Jesus Tchipalanga também entrevistados, relembraram os momentos vividos antes de se ter alcançado a independência, actualmente falam das dificuldades na aquisição dos produtos da cesta básica e anseiam por um país cada vez melhor. No entanto, sugerem mais trabalho por parte do executivo para que seja visível o desenvolvimento de Angola.