Politica
“Angola poderá não viver os protestos pós-eleitoral como em Moçambique”, diz cientista político
Angola poderá não viver os protestos pós-eleitoral que se registam em Moçambique quando realizar as sextas eleições na sua história democrática, em 2027.
A previsão é do cientista político Eurico Gonçalves sobre que “lições o Estado angolano pode retirar do processo eleitoral moçambicano”.
Para o especialista, os dois Estados da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) têm diferenças nos seus sistemas democráticos e na qualidade do cidadão-eleitor.
“Entendo e até sinto que o contexto político eleitoral alinhado a forma de ser não são iguais, pois cada país tende a relativizar o processo de eleição. A visão mais abrangente do jogo politico angolano e é diferente para ambos países, apesar de serem países irmãos. Moçambique vive inúmeros desafios incluindo terrorismo, desastres naturais frutos das alterações climáticas, política do ceticismo e cinismo em detrimento da política de esperança, a defesa também é vulnerável. Há que encorajar o estado moçambicano para que possa dar mais robustez a sua política. Todas essas questões contribuíram para o absentismo e também alimentou a violência pós eleitoral”, comentou.
Apesar de existir algumas semelhanças entre os partidos de libertação nacional como MPLA e a UNITA, em Angola, e Frelimo e Renamo, em Moçambique, o analista entende que a forma de organização destas formações políticas também são totalmente diferentes em função do contexto.
E a polícia moçambicana travou ontem, no centro de Maputo, uma manifestação com poucas dezenas de pessoas em protesto contra os resultados anunciados das eleições gerais de 09 de Outubro, lançando gás lacrimogéneo para dispersar.
Venâncio Mondlane apelou a uma greve geral e manifestações durante uma semana em Moçambique, a partir de 31 de Outubro, e marchas em Maputo em 07 de Novembro.
Já morreram onze pessoas entre civis e polícias.