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Angola já não é o El Dourado, mas para alguns portugueses, a crise não apagou a luz no fim do túnel

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Em 2016, a crise económica e cambial em Angola declarou o fim do “El Dourado” angolano para muitas empresas e trabalhadores portugueses que, sobretudo a partir de 2009,  decidiram apostar nesse mercado, em setores como construção e comércio e prestação de serviços.

Diante de uma série de limitações financeiras e económicas, várias empresas portuguesas reduziram a sua presença em Angola, ao passo que outras mantiveram uma postura de resistência diante da crise, mas nem por isso deixaram de fazer ajustes aos seus orçamentos, o que implicou ou a redução do pessoal, ou o corte em algumas regalias oferecidas aos trabalhadores, grande parte deles estrangeiros, em função da carência de mão-de-obra qualificada e especializada em Angola.

Para muitos portugueses, que além da dificuldade de repatriar divisas foram confrontados com o aumento do custo de vida em Luanda — a cidade mais cara do mundo para estrangeiros —, esta foi a altura de arrumar a bagagem e voltar à terra natal.

No entanto, e apesar das dificuldades financeiras, da carência de infra-estruturas sociais e económicas e, muitas vezes, da saudade da família e de uma “vida menos atribulada em Portugal”, para muitos portugueses que ainda trabalham e vivem em Angola, a crise não apagou a luz ao fundo do túnel, pois acreditam que melhores dias estão por vir. Fomos conhecer algumas dessas histórias e saber o que os motiva a continuar a sua aposta em Angola.

Bruno Carvalho, chef de cozinha e sócio português do restaurante Fazendeiro, localizado no Morro Bento, a sul de Luanda, mudou-se para Angola em finais de 2014, mas já conhecia o país por intermédio do pai, João Carvalho – outro sócio português do Fazendeiro -, que exportava vinhos para o país e fazia a “ponte” entre Lisboa e Luanda.  Depois de um período de formação e experiência de trabalho nos Estados Unidos da América, França e Hong Kong, em 2013 Bruno Carvalho recebeu a proposta de construir um projecto de raiz em Angola e começou a conceber o que iria fazer. Em finais de 2014 já se encontravam em Angola todos os funcionários contratados no estrangeiro e o restaurante abriria em Fevereiro de 2015.

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