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Angola formou mais de 36 mil mulheres no quadro do seu empoderamento

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Cerca de 36.806 mulheres, de um total de 80.688 cidadãos, já foram formadas no âmbito dos programas de empreendedorismo, que vem sendo desenvolvidos, desde 2015, em todas as províncias do país. As referidas formações visam, segundo a directora adjunta do INEFOP, garantir às mulheres ferramentas de empoderamento para a sua participação na vida activa da sociedade em que estão inseridas.

Os dados foram revelados nesta quinta-feira, em Luanda, durante o seminário online sobre o Março Mulher, subordinado, realizado pelo Ministério da Indústria e Comércio e que abordou o tema “O empreendedorismo feminino no mundo: o Empretec enquanto ferramenta empreendedora”, com o objectivo de criar um espaço para trocas de experiências entre empretecas e empreendedoras no geral, no que concerne os desafios específicos a que fazem face as mulheres empreendedoras.

O encontro de participação híbrida contou com as intervenções de mulheres, que falaram em representação dos departamentos ministeriais que estão directamente envolvidos no processo de traçar políticas de fomento ao emprego, combate à fome e à pobreza, bem como ao empoderamento das mulheres, em todo o país.

A directora nacional do Comércio Interno, Edna Capalo, disse que o seminário se constitui numa alavanca para “dinamização do sector não petrolífero” da economia nacional, e que exige um conjunto de medidas que potenciem as médias e pequenas empresas”, bem como a criação de um ambiente de negócios propícios para o seu crescimento.

Edna Capalo referiu também que o tema do encontro reveste-se de grande importância pelo facto de as pequenas e medias empresas serem “responsáveis pela criação de grande parte dos empregos e pelo aumento das rendas das famílias”.

Outro factor de importância a assinalar no tema do webinar, de acordo com a Directora Nacional do Comércio Interno, é a “contribuição inegável da mulher no aumento da produção nacional”, que conta com apoio de instituições afins, para conferir à mulher, maior capacitação, e um conjunto de ferramentas e técnicas, “entre elas o empretec”, para responder aos desafios da diversificação da economia e do aumento das exportações nacionais.

Estes aspectos constituem, para Edna Capalo, a “mola impulsionadora do desenvolvimento sócio-económico do país”, com o Estado assumir a responsabilidade para com os serviços considerados essenciais, e que se enquadram nos compromissos da Conferência das Nações Unidas sobre o Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD).

“O desenvolvimento empresarial engloba múltiplos factores, incluindo a capacitação contínua das empresas em desenvolver vínculos de negócios mutuamente benéficos com empresas nacionais e multinacionais, bem como atrair capital de investimentos”, disse, destacando o benefícios da formação das jovens mulheres para o tecido empresarial angolano.

Em representação do Ministério da Administração Pública Trabalho e Segurança Social esteve a directora adjunta do INEFOP, Edgard de Sacramento Neto, que disse que as mulheres enfrentam vários desafios na vida, como a concorrência profissional, a redução do emprego, a flexibilidade dos horários de toda a vida, a globalização económica, a introdução e aceleração do trabalho remote, as nova profissões, que vão surgindo diariamente, do mundo globalizado.

Formação 

Desde 2015, já foram formados a nível do país através do INEFOP, um total de 80.688 cidadãos, sendo que deste número, 36.806 são mulheres. Para ela, o empreendedorismo feminino proporciona o empoderamento da mulher, sendo que é para ela, oportunidade de dar às mulheres a capacidade de tomada de decisões que a elas dizem respeito.

“Por via da educação e da formação profissional só será possível às mulheres poderem competir no mundo dos homens e no mercado de trabalho, auferindo a mesma remuneração, quando desempenharem a mesma função, e sobretudo terem um trabalho digno, capaz de gerar uma renda para o sustento familiar”, disse.

Segundo fez saber, a promoção, o crescimento e a estabilidade do emprego, considerou como sendo “a opção central para o crescimento económico, para coesão social e territorial, bem como o combate à fome e à pobreza”.

Edgard de Sacramento Neto olha para a formação profissional como uma necessidade de as instituições fornecerem uma nova ferramenta ferramenta que contribui para a mudança do perfil técnico, social dos profissionais, através do aumento das suas qualificações e a sua própria inserção no mercado de trabalho” o que contribui para a capacidade inovadora e competitiva do nosso país.

Segundo aquela responsável, o Ministério da Administração Pública Trabalho e Segurança Social tem levado a cabo “as políticas activas de emprego” e a adopção de medidas estruturais para a criação de cenários que propiciem a geração de empregos e a consequente inserção rápida de jovens na vida activa. Referiu ainda constar das prioridades do executivo, enquadrados no plano de Desenvolvimento Nacional 2018/2022, a qualificação dos jovens como força motriz para a diversificação da economia, cuja a concretização passa pela Estratégia Nacional de Quadros.

“Assim, o Plano de Acção para a Empregabilidade, aprovado pelo Decreto Presidencial número 113/19 de 16 de Abril que está a ser implementado em todo o país, com acções concretas de apoio ao espírito de iniciativa, na Juventude, desde empreendedores já estabelecidos aos emergentes”, com os objectivos de formar jovens empreendedores, nos domínio técnico-profissional e de gestão de pequenos negócios, fomentar o cooperativismo e associativismo juvenil, contribuir para o processo de combate à fome e à pobreza, e para o processo de reconversão da economia informal para a formal.

Edgard de Sacramento Neto disse ainda que o referido plano prevê igualmente acções de atribuição da carteira profissional aos profissionais de artes e ofícios, bem como a entrega de quites e ferramentas de trabalhos para a criação de postos de trabalho, e suporte ao fomento do auto-emprego e empreendedorismo, para a formalização dos pequenos negócios e a inscrição dos beneficiários no Sistema da segurança social.

A senhora Amaia Olivares, que representou a embaixadora da União Europeia em Angola no evento, começou por dizer que os temas “o empreendedorismo como factor de crescimento económico” e o “papel da mulher como agente activo da mudança económica e social” constam dos assuntos “altamente prioritários da política da União Europeia”, que olha para as pequenas e médias empresas como sendo a maior fonte de emprego nos países da Europa. Por esta razão “fomentar o empreendedorismo é assegurar maior dinamismo económico”.

Aquela alto quadro da diplomacia europeia em Angola considerou os empreendedores como o motor da economia nacional, ao mesmo tempo, a base do tecido empresarial, por isso, as mulheres devem ser melhor capacitadas. “Muitas vezes, as mulheres encontram maiores barreiras na integração laboral do que os homens e estão submetidas às piores condições de trabalho”. O sector da economia informal, absorve uma grande parte de esforço económico realizado por mulheres, tornando-as vulneráveis, inibindo a sua contribuição no desenvolvimento do país.

Já a directora Santa Ernesto, do Ministério da Acção Social Família e Promoção da Mulher, considerou o evento uma oportunidade para se reafirmar os compromissos do país, com as organizações internacionais, no que ao empoderamento da mulher e luta contra a pobreza diz respeito. Defendeu igualmente, a necessidade de se apostar na formação da jovem mulher, para que esteja melhor capacitada para o mercado de trabalho e assegurar o surgimento de pequenas e medias empresas e, garantir desta forma, a estabilidade e maior coesão às famílias.

“Angola registou progressos no que diz respeito à inserção e empoderamento das mulheres” 

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