Crônica
Angola e Egipto: o terceiro capítulo de uma história em construção
Abidjan acordou hoje com o coração batendo ao ritmo da bola laranja. No ar, o calor húmido da capital económica da Côte d’Ivoire mistura-se com a expectativa da estreia da selecção angolana sénior feminina de basquetebol no AfroBasquete 2025.
Às 16 horas, no Pavilhão 3 Ce Ville, as bicampeãs africanas voltam a entrar em campo, desta vez frente ao Egipto, no que será o terceiro duelo entre ambas em edições da maior prova continental da modalidade.
Dois confrontos. Uma vitória para cada lado. E agora, o desempate. A história coloca frente a frente duas selecções com talento, tradição e sede de afirmação. Mas, para Angola, este jogo tem um peso que vai além das estatísticas: representa a oportunidade de reescrever o presente com a tinta do passado glorioso.
Sob o comando de Paulo Macedo, técnico experiente e respeitado no universo do basquetebol africano, a equipa nacional chega a Abidjan com ambição, foco e a responsabilidade de honrar o nome de uma nação que já provou saber ser gigante em quadras continentais. Com dois títulos africanos no palmarés (2011 e 2013), Angola traz no peito a fibra das antigas guerreiras e a esperança de uma nova geração que quer mostrar serviço.
“O grupo está pronto para o desafio”, garantiu Paulo Macedo, depois da primeira sessão de treinos em solo marfinense, realizada no sábado. A preparação teve ritmo, seriedade e um olhar atento a cada pormenor. Não é apenas mais um jogo é o início de uma caminhada que poderá levar Angola de volta ao topo.
Do outro lado, o Egipto também não é qualquer adversário. Com um jogo veloz e uma escola técnica bem apurada, as faraós chegam com o orgulho ferido da última derrota frente às angolanas e o desejo claro de virar o jogo a seu favor. Será, portanto, um duelo de estratégia, força e inteligência.
O palco está montado. O Pavilhão 3 espera gritos, aplausos e suor. E os olhos da África estão virados para Abidjan, a cidade do eterno Didier Drogba, que hoje se transforma na capital do basquetebol feminino. As nossas meninas, como carinhosamente são chamadas, têm uma missão: mostrar que a estrela angolana continua a brilhar entre as gigantes do continente.
Hoje, não se joga apenas um jogo. Hoje se disputa um capítulo de história, uma afirmação de identidade, uma celebração do desporto no feminino. E, com o coração em campo, Angola promete lutar por cada ponto, cada jogada, cada vitória.
