Sociedade
Angola conta com Banco Alimentar contra desperdício até Dezembro
O país vai dispor, até ao mês de Dezembro deste ano, de um Banco Alimentar Contra o Desperdício, para ajudar a recolher produtos prestes a cair em perda, anunciou, quinta-feira(29), em Luanda, o coordenador executivo da Associação de Defesa do Consumidor (ADECOR), citado pelo Jornal de Angola.
Gilberto dos Santos avançou que já existem contactos com empresas e outras entidades para a materialização do Banco Alimentar.
Com a criação do Banco Alimentar, o responsável salientou que os produtos recolhidos passarão a ser distribuídos a lares sociais e a pessoas carenciadas de várias partes do país.
O responsável da ADECOR avançou a informação, durante o lançamento da campanha de consciencialização “Comida não é lixo, coloque no prato apenas o que vai comer-diga não ao desperdício”, decorrido no Mercado de São Paulo, no Distrito Urbano do Sambizanga.
O coordenador executivo explicou que, neste momento, a ADECOR está a dedicar atenção à Campanha de Consciencialização sobre Perdas e Desperdício Alimentar, que termina a 16 de Outubro, Dia Mundial da Alimentação.
A actividade, iniciada no Mercado do São Paulo, que marcou o terceiro aniversário de comemorações do 29 de Setembro – Dia Internacional da Consciencialização sobre Perdas e Desperdício Alimentar, vai ser estendida a outros espaços, com destaque a fábricas de produção alimentar.
A ideia do projecto, segundo o coordenador executivo, é consciencializar, em grande escala, a população sobre os esforços que devem empreender para mitigar a perda e o desperdício de alimentos. Durante o discurso de abertura da campanha, o secretário-geral da ADECOR, Marcelino Caminha, avançou que tem havido na sociedade angolana uma certa mudança de comportamento, com vista ao combate ao desperdício alimentar e alcance de uma cidadania mais activa em matéria de sustentabilidade.
Marcelino Caminha referiu que, em Angola, o combate à perda e ao desperdício alimentar deve ser uma prioridade das prioridades, tendo em conta o estado de segurança alimentar e nutricional.
“O quadro actual da produção nacional mantém-se registado fortes perdas e desperdícios de alimentos em toda a cadeia, quando milhares de famílias passam fome”, considerou.
Em 2019, por exemplo, Angola registou entre 42 mil a 76 mil mortes por desnutrição, em crianças menores de cinco anos, de acordo com o Sistema de Pesquisa da Organização das Nações Unidas Alimentação e Agricultura (FAO).
Por isso, o secretário-geral da ADECOR salientou a necessidade de se trabalhar para a promoção da redução do desperdício alimentar, através de uma abordagem de responsabilidade partilhada, desde o produtor, distribuidor, fornecedor e o consumidor final.
Segundo a FAO, cerca de 1,3 mil milhões de toneladas de alimentos, corresponde, aproximadamente, um terço em peso de toda alimentação produzida para consumo no mundo, é perdida ou desperdiçada.
Marcelino Caminha realçou que o desperdício alimentar é um problema mundial, que se tornou prioridade pública e política, nos últimos anos, e pode ganhar ainda mais importância.
Tendo em conta crescimento populacional mundial, disse que a ONU estima que, em 2050, a população mundial atinja cerca de nove mil milhões de habitantes, que representa um aumento de 34 por cento em relação ao ano 2009.
C/JA