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ANC pede a Zuma que se demita mas não estabeleceu limite temporal para a saída
Ao contrário do que tinha sido avançado ao início desta terça-feira, o ANC não tenciona avançar já com uma moção de censura contra o ainda Presidente Jacob Zuma
Congresso Nacional Africano (ANC) confirmou ter decidido na segunda-feira, durante uma reunião do partido, que o Presidente Jacob Zuma tem de deixar a presidência do país, mas recusa ter imposto uma data limite para a sua saída.
O secretário-geral do partido, Ace Magashule, afirmou esta terça-feira numa conferência de imprensa em Joanesburgo que a saída de Zuma deverá “ser tratada com caráter de urgência”. Negou, no entanto, que tenha sido discutida qualquer moção de censura contra o ainda Presidente da África do Sul. Magashule disse ainda que o partido espera uma resposta de Zuma durante o dia de amanhã.
#Magashule It's important to note that this is the decision of the #ANCNEC as a collective, not any other grouping. We are expecting that Comrade Zuma will respond tomorrow
— African National Congress (@MYANC) February 13, 2018
Nos últimos dias, tem sido avançado pelos meios de Comunicação Social sul-africanos que a demissão de Zuma estaria iminente, mas o próprio partido no poder vem agora dizer que não houve nenhum ultimato, apenas uma tomada de posição oficial do partido.
Se Zuma se recusar a abandonar o cargo optando contrariar a decisão do partido, Magashule diz que “o assunto terá de ser resolvido”. A decisão do ANC, avança a Al Jazeera, é apenas instrutiva, uma vez que Zuma está obrigado constitucionalmente a demitir-se. Caso este recuse sair, o partido terá então de avançar para uma moção de censura contra Zuma no parlamento.
O Presidente sul-africano, que ocupa o cargo desde 2009 e enfrenta centenas de acusações de corrupção, tem-se mantido em silêncio nos últimos dias, depois de ter afirmado que pretende cumprir o mandato até ao seu termo, em 2019.
Zuma tem-se mantido imune a várias moções de censura contra o seu mandato no parlamento, mas a sua sobrevivência política poderá estar por dias, uma vez que muitos dos seus aliados deixaram de o apoiar.
Em dezembro passado sofreu um duro golpe ao ser substituído na presidência do ANC pelo vice-presidente do país, Cyril Ramaphosa. Será este quem irá ocupar o lugar de Zuma após a sua demissão, assegurou o secretário-geral do ANC, Ace Magashule.