Sociedade
Analistas defendem consenso entre centrais sindicais e Executivo para evitar greve nacional
As centrais sindicais UNTA, Confederação Sindical, CGSILA e Força Sindical anunciaram este sábado o arranque da greve geral de trabalhadores, a partir do próximo dia 20 de Março.
Em declarações ao Correio da Kianda, a analista Delfa Cussei entende que as centrais sindicais têm legitimidade de exigir melhores condições salariais, tendo em conta o actual contexto socioeconómico, com o salário mínimo que não faz cobro as necessidades do quotidiano. ´
Dentre as razões da greve geral, está a revisão salarial para toda função pública na ordem de 250 por cento, tendo em conta o custo de vida e inflação acumulada, implementação prática dos subsídios de isolamento e instalação em todas as localidades do país e a conseguinte revisão da classificação dos municípios bem como a percentagem.
Outra solicitação é o aumento do salário mínimo nacional para 245 mil kwanzas e desagravamento do IRT na ordem de dez por cento.
A também jurista é de opinião que a proposta das centrais sindicais a ser implementada, o sector privado poderá sentir-se incapaz de cumprir as obrigações, e o país poderá assistir despedimentos em massa, por incapacidade financeira das pequenas e médias empresas.
Já o cientista político Eurico Gonçalves disse que em causa estão os desafios que o país enfrenta, em consequência da conjuntura internacional. O académico fala também do OGE 2024, “que privilegia o pagamento da divida externa para oferecer alívio no principal documento económico de 2025”.
Eurico defende que o investimento em uma produção interna robusta poderá estabilizar a economia do país. Essa medida, no entender do especialista, deve acompanhar de outras como a melhoria das vias de comunicação para permitir o escoamento dos produtos do campo para as cidades.
A declaração das centrais sindicais, lida após reunião de sábado, em Luanda, indica que a paralisação interpolada, que vai decorrer em três fases, abrange todas as instituições públicas do país e do sector privado, “que estiverem solidárias”.
De recordar, que o Executivo angolano promete se pronunciar sobre o salário mínimo nacional, dentro de 45 dias, a contar da última quarta-feira.
Greve geral dos trabalhadores arranca no próximo dia 20 de Março