Segundo Bento Rafael, a Amotrang não fez parte do ato, admitindo a participação de associados, a título individual.
“A Amotrang diretamente não fez parte do ato, mas temos associados, que em função da oferta feita, participaram, convocados pela Associação dos Jovens Solidários Unidos, a partir dos seus locais de trabalho”, disse à Lusa Bento Rafael.
O responsável disse não ter informações sobre o registo de feridos ou mortos entre os seus associados.
No passado sábado, cerca de 14 mil motoqueiros foram recrutados para uma passeata em Luanda, a fim de “enaltecer os feitos do Presidente João Lourenço”, uma iniciativa que acabou por ficar marcada por distúrbios em vários pontos da cidade, incluindo a zona turística da Ilha do Cabo e as proximidades da Cidade Alta, junto do Tribunal de Justiça, de elevada segurança.
Pelo menos uma viatura foi incendiada por motoqueiros enfurecidos que, em vídeos que circularam nas redes sociais, queimaram também material de propaganda com a efígie do Presidente da República, reclamando o pagamento de 10.000 kwanzas (cerca de 30 euros) que lhes teria sido prometido para se juntarem à passeata, que aconteceu no mesmo dia em que João Lourenço, nas vestes de presidente do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder), realizou um megacomício em Luanda.
Informações que não foi possível confirmar oficialmente até ao momento dão conta da existência de pelo menos dois mortos, alguns feridos e detenções durante as horas de caos que se viveram no sábado à tarde em Luanda e que provocaram um enorme congestionamento na cidade, obrigando à intervenção policial.
Mais de 48 horas depois dos incidentes, o comando provincial de Luanda ainda não prestou esclarecimentos públicos sobre as ocorrências nem respondeu às tentativas de contacto da Lusa.
Estes incidentes marcaram o início da campanha eleitoral para as eleições gerais de 24 de agosto em Angola.