Politica
Altos quadros do gabinete de Joel Leonardo “tranquilos” sobre acusações da PGR
Investigação ainda não conclusiva da Procuradoria Geral da República (PGR) junto do Tribunal Supremo aponta haver indícios de cometimento de crimes de enriquecimento sem causa, peculato, abusos de poder e de confiança, bem como associação criminosa nos actos praticados por Joel Leonardo, presidente daquela instituição. Especialistas em Direito apelam à intervenção do CSMJ, com vista à abertura de um processo disciplinar ou afastamento do visado. Entretanto, altos quadros do gabinete de Leonardo dizem-se “tranquilos”.
O relatório em posse do Correio da Kianda, produzido por peritos da PGR responsáveis pela investigação aberta contra o presidente do Tribunal Supremo (TS), Joel Leonardo, aponta ter havido várias transferências monetárias “irregulares” da conta titulada pelo TS no BCI, a favor, não só do responsável da referida entidade judicial, como também de outras individualidades do referido órgão.
“A investigação segue o seu curso, tendo sido possível apurar-se fortes indícios da prática de crimes, mormente através da realização de transferências a partir da conta bancária (…) titulada pelo TS, domiciliada no banco BCI, cujos assinantes credenciados para a sua movimentação são Joel Leonardo e Irina Apolinário (1.ª fase), Joel Leonardo e Fátima Ferreira (2.ª fase/actual)”, lê-se no documento supra.
Contactados a propósito, altos quadros do gabinete do presidente do TS, que em Fevereiro deste ano haviam negado a existência de uma investigação contra o responsável pela instituição, tendo sublinhado que tudo quanto se diz/dizia sobre Joel Leonardo resulta de um complô montado por pessoas “política e economicamente influentes”, visados em vários processos, admitem a existência de um processo de investigação junto do órgão, “mas dizem-se tranquilos”.
Sem indicar data, o relatório faz menção a um documento consultado, que pode ser um “movimento de caixa”, numa linguagem contabilística que “apresenta transferências irregulares provenientes da conta titulada pelo TS, a favor do venerando juiz-conselheiro presidente do TS, Joel Leonardo”, e de mais um juiz de direito, no valor de 30 milhões kwanzas, dentre outras movimentações financeiras não comprovadas.
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