Economia
“Cumprimento da agenda 2030 passa por aproveitar conhecimentos das universidades”- FAO
A representante residente em Angola, do Fundo das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, FAO, Gherda Barreto, disse hoje, em Luanda, que o alcance dos objectos de desenvolvimento sustentável da Agenda 2030 passa pelo aproveitar os conhecimentos das universidades, absorvidas dos professores e alunos.
A diplomata europeia discursava hoje no workshop sobre o papel do ensino superior no desenvolvimento do agronegócio, denominado Uniagro, promovido pelo Ministério da economia e Planeamento em parceria com outros departamentos ministeriais, nomeadamente, Agricultura e Pescas e Indústria e Comércio, bem como o INAPEM.
Gherda Barreto entende que a contribuição da academia é um factor decisivo para o desenvolvimento das cadeias de valor agroalimentares através de agronegócios com formação do capital humano e inovações e aproveitamento do conhecimento local para encontrar as melhores soluções adaptadas ao contexto nacional, à realidade das comunidades e aos seus ecossistemas.
“Aproveitar as bases sólidas em que foram instituídas as diversas universidades e institutos e diversos centros de conhecimento, com as suas competências e filosofias de pensamento dos seus professores e alunos é o caminho certo para alcançar a Agenda 2030 e os seus objectivos do desenvolvimento sustentável”, disse
A representante da FAO em Angola reconhece serem muitos os desafios a serem supridas para que Angola tenha “uma agricultura mais competitiva e moderna nos diversos desafios das cadeias de valor, nas áreas de investigação, extensão, digitalização, industrialização”, tendo acrescentado que o sistema de ensino das ciências agrárias, biológicas, económicas, sociológicas e outras matérias podem ser a solução para o seu alcance.
Sobre o agroPRODESI, que completa um ano desde a sua implementação pelo governo angolano em parceria com aquele organismo europeu, Gherda destacou, na sua intervenção, que o programa tem aberto portas e aproximar do a academia ao campo, ao sistema financeiro e à agricultura, para que o agricultor tenha conhecimentos de ciência, tecnologia, inovações e acesso a melhores serviços produtivos e financeiros.
“Hoje na iniciativa UNI AgroPRODESI participam 8 Universidades que contribuem a este processo de formação de mais de 2.500 produtores, associações e cooperativas para desenvolver mais empreendimentos de agronegócios de modo a aumentar a produção, a geração de renda e emprego com foco nos Jovens e Mulheres, que são o capital social de que Angola hoje dispõe para acelerar o seu desenvolvimento”, referiu.
Uma visão que no seu entender, traçará o caminho certo para melhorar de forma eficaz a capacidade para a inovação e desenvolvimento tecnológico conjunto Universidade e o produtor e assim promover a produtividade agrícola, a competitividade e a sustentabilidade e a diversidade económica.
“A aproximação das cooperativas às universidades é fundamental para que possamos trazer os anseios de quem produz no campo, e dentro das universidades termos as respostas fundamentais para quem produz, para quem transforma, para quem comercializa”, concluiu.
O secretário de Estado do Ensino Superior, Eugénio da Silva, que discursou em representação da ministra Maria do rosário Bragança, defendeu a necessidade de se aplicar o conhecimento científico em função das necessidades de desenvolvimento no contexto real a nivel local e nacional, ao invês de simplesmente difundi-lo “e conserva-lo entre muros”.
Eugênio da Silva destacou a criação, pelo governo angolano, da plataforma de integração das universidades no desenvolvimento do agronegócio e Cadeias de valor priorizadas (Uniagro-prodesi) que segundo fez saber, visa garantir o diálogo nacional e territorial entre os diferentes actores envolvidos na actividade agrícola e conexa.
“Surge aqui uma oportunidade ímpar para que os académicos e os investigadores possam aplicar os resultados das suas investigações, articulando-se com os agentes produtivos”, disse, como forma de a academia demonstrar a sua utilidade e relevância social.
O objectivo da plataforma, de acordo com o governante, é de promover a concertação económica com as instituições de ensino superior para potenciar o desenvolvimento do agronegócio e da inovação tecnológica nas cadeias de valor priorizadas e viabilizar a sua integração nos processos de investigação aplicada para resultar em acções que contribuirão para o fortalecimento do agronegócio.
Neste programa, segundo o secretário de estado do ensino superior, foram capacitados em técnicas de desenvolvimento do agronegócio e de inovação tecnológicas da cadeia de valor um total de 1.068 actores-chaves dos sectores público e privado, bem como académicos, produtores, responsáveis de cooperativas e prestadores de serviços. As referidas acções se consubstanciaram em visitas de campo, interacções presenciais e técnicas de preparação de planos de negócios.
O corpo de formadores foi composto por 12 docentes divididos em igual número de facilitadores de campo e facilitadores do Rural Invest, aos estudantes dos cursos ligados ao agronegócio das universidades Katyavala Buíla, 11 de Novembro, José Eduardo dos Santos, Mandume Ya Ndemofayo, Lueji A´nkoda, Kimpa Vita, e dos Institutos superiores Politécnico do Kwanza Sul e de Tecnologia agroalimentar de Malange.