Economia
“Ainda há importação de mandioca” no país – empresário Carlos Cunha
Angola continua a importar mandioca para o consumo interno e a sua transformação em derivados, destinados a diferentes finalidades, tal como fez saber esta quarta-feira, 15, o empresário Carlos Cunha, quando intervinha para a mesa redonda que tratou de abordar o “Mapa da produção nacional e os pilares para a sustentabilidade alimentar”, na V Conferência E & M sobre agricultura.
A informação surge depois de há dois anos, conforme noticiou o Correio da Kianda, o país ter sido considerado o terceiro maior produtor de mandioca do continente africano e o sexto do mundo.
O referido painel, moderado pelo jornalista Mariano Quissola, contou com a participação do Presidente da Associação Agropecuária de Angola, Wanderley Ribeiro, do Coordenador da Reserva Estratégica Alimentar, Eduardo Machado, do Director Nacional da Indústria do Ministério da Indústria e Comércio, bem como o Director do GEPE do Ministério da Agricultura e Florestas, Anderson Jerónimo.
Na sua intervenção, Wanderley Ribeiro denunciou que os empresários do sector da agricultura enfrentam dificuldades de serem ouvidos e chamados a apresentar suas idéias no programa de Reserva Estratégica Alimentar, tendo ainda acrescentado que os operadores da cadeia de produção alimentar no país foram relegados para o segundo plano nas acções do REA.
“A REA não apoia nem alavanca a produção nacional”, referiu.
Já o Administrador Executivo da Agência de Investimentos e Promoção das Importações e Redução das Exportações (AIPEX), José Sala Gama, disse que a problemática da inflação que se regista na tabela de preços de bens alimentares no país, não é um caso isolado de Angola, pois provem da Europa, pelo facto de se estar a viver “um super ciclo” a nível do mundo.
Dados da Administração Geral Tributária revelam que de Janeiro a Julho de 2022, o governo angolano importou 415.514 tonelada de cereais, tendo investido para a empreitada 256 milhões de dólares. A necessidade do país, em 2022 era de 2.868.593 toneladas de milho, massango, massambala, arroz e trigo.