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Agentes do SIC usaram catanas, barrotes e martelo para torturar detentos

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O Tribunal  Provincial de Luanda apresentou, ontem, em audiência, a proposta de 41 quesitos sobre o julgamento dos agentes do Serviço de Investigação Criminal (SIC) afectos ao Comando de Divisão do Rangel, acusados de roubo, homicídio qualificado, ofensas corporais e danos materiais.

Durante a leitura dos quesitos, o juiz disse ter ficado provado que o malogrado José Pedro Loureiro foi vítima de espancamento, protagonizado pelos réus Waldemar Batalha, Luís Casimiro Chico, Freud de Marcelina Francisco e João Lucas Miguel.

Explicou que, no dia 31 de Agosto de 2017, os réus, que pertencem ao Comando da Divisão do Rangel, efectuaram uma operação fora da sua área de jurisdição. Foram ao Zango I, distrito de Viana, acompanhados de outros indivíduos afectos à Polícia Nacional, entre os quais os prófugos Francisco Bernardo Camueji, Sílvio da Silva Fernandes e Santos Escoval Lima. 

Antes dos factos, o infeliz José Pedro Loureiro tinha sido constituído arguido por furto de uma viatura de marca Toyota Hiace. 

Os réus Walter Batalha, João Lucas Miguel e Luís Casimiro Chico dirigiram-se à residência do infeliz para o deter, mas não o encontraram.  

Revistaram a casa e levaram à força a esposa do infeliz até à esquadra do Zango I. 
José Pedro Loureiro, apercebendo-se do sucedido, dirigiu-se  à referida esquadra, onde ficou detido.

Agressões
José Pedro Loureiro, em companhia de outros detidos, Mário Nataniel Vilarinho e Azevedo Zófilo Castro Amaro, foram encaminhados à esquadra do Rangel, onde foram agredidos com catanas, “pé de cabra”, barrotes e martelo, pelos réus Waldemar Batalha e o prófugo Francisco Bernardo Camueji. 

Segundo o Juiz, o réu Valdemar Batalha apoderou-se de três telemóveis pertencentes ao ofendido Azevedo Zófilo Castro Amaro, e José Pedro Loureiro, para se livrar da tortura, disse que tinha motorizadas escondidas em sua residência. 

“O réu Batalha e outros agentes da Polícia foram à casa do infeliz, tendo localizado as motorizadas”, disse o juíz, para concluir que José Pedro Loureiro morreu na caserna devido ao espancamento. 

Os advogados dos réus, depois de ouvirem a proposta apresentada pelo juiz, decidiram acrescentar em acta mais oito quesitos. A propósito, o juiz da causa salientou que a resposta será dada na audiência marcada para a próxima quarta-feira, 13 de Dezembro, dia em que será lida a sentença.

Jornal de Angola 




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