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África: progresso para erradicação da malária permanece estagnado

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Desde 2000, a incidência e a mortalidade por malária diminuíram 37% e 59%, respectivamente. Consequentemente, foram evitadas 1,5 bilhão de casos e 10,6 milhões de mortes por malária nas últimas duas décadas em África. Contudo, o progresso para erradicação da doença permanece estagnado nos últimos anos.

A informação consta no relatório divulgado pelo Presidente da República da Guiné-Bissau, Presidente da Aliança dos Líderes Africanos contra a Malária, Umaro Sissoco Embaló, apresentado durante na Cimeira da União Africana em Adis Abeba, que destaca os desafios existentes na luta contra a malária em África e a necessidade urgente de um forte compromisso político e liderança, parceria robusta e aumento dos investimentos dos Estados-membros para alcançar o objectivo de erradicar a malária em África até 2030.

Em 2021, o continente africano continuou a apresentar a maior carga de malária, com 96% de todos os casos (238 milhões de casos) e 98% de todas as mortes por malária (603.877 mortes) a ocorrer na África em 2021. Quase 77% das mortes por malária foram de crianças menores de 5 anos.

“Esse fardo prejudica os nossos esforços colectivos de desenvolvimento social e económico e é uma barreira para alcançarmos os objectivos da Agenda de 2063 da transformação socioeconómica”, indica o Relatório de Progresso da Malária da União Africana de 2022.

“Devemos redobrar os nossos esforços para alcançar o objectivo de eliminar a malária em África até 2030. É necessário uma vontade política sustentada, mais recursos e um sentimento de urgência partilhado para tornar este objectivo uma realidade”, instou Umaro Sissoco Embaló.

Apesar do impacto da pandemia da COVID-19 e dos desafios biológicos, em 2021, a mortalidade por malária caiu 3,4%. Os países demonstraram sólido compromisso político, inovação e resiliência, mantendo as suas campanhas essenciais para que mais redes fossem entregues aos países, mais crianças fossem alcançadas através da quimioprevenção sazonal da malária e as campanhas de pulverização residual interna continuassem como planeado. No entanto, o acesso interrompido às unidades de saúde e as interrupções na cadeia de suprimentos afectaram a gestão de casos de malária e o acesso a serviços essenciais, como atendimento pré-natal, levando a uma menor cobertura do tratamento preventivo intermitente na gravidez.

“A pandemia da COVID-19 salientou a necessidade de sistemas de saúde fortes e resilientes. O investimento na erradicação da malária salva vidas e constrói sistemas de saúde mais fortes que podem lidar com futuras pandemias”, alertou.

Radio Correio Kianda




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